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O termo “inteligência artificial” não é novo. Aliás, já é sexagenário! Foi em 1956 que um grupo de cientistas criou um grupo de estudos no renomado Dartmouth College, nos EUA, para debater sobre a capacidade das máquinas de exercer tarefas humanas. Mas foi no fim de 2022, com o lançamento do rockstar ChatGPT, que o tema passou a ocupar grande espaço em quase todos os eventos de tecnologia do mundo.
Na primeira edição do Web Summit Rio, que aconteceu no início de maio, poucas eram as palestras e debates que não citavam a tal tecnologia. Em discussões sobre Venture Capital, falava-se sobre como empresas que buscam cheques se adaptarão à implementação de IA; em papos sobre o futuro das startups, falava-se sobre um provável boom de nascimento de empresas nos próximos meses, visto que a inteligência artificial está facilitando os processos de empreender.
Quando falamos sobre comunicação de empresas, o assunto fica ainda mais complexo, já que a tecnologia está remodelando a forma como marcas e clientes se comunicam. Hoje, já é possível ter conversas inteiras com ferramentas de IA, que entendem o contexto e interpretam o que o interlocutor precisa, fazendo com que um simples chatbot ou assistente virtual se tornem ferramentas quase obsoletas. O cliente não quer só ser atendido de forma personalizada, ele precisa ser compreendido.
Para os processos de planejamento de comunicação de uma marca, ferramentas de IA estão se tornando peça-chave. Otimizar processos não é mais o que as marcas buscam com tecnologia para se tornarem competitivas, mas sim formas de potencializar a criatividade humana. Então não, o ChatGPT não vai “acabar com os empregos”, como ouvimos com tanta frequência quando a novidade foi lançada, mas já está transformando a forma como fazemos comunicação, marketing e até jornalismo.
As possibilidades com IA são infinitas. Geoffrey Hinton, conhecido como um dos “padrinhos da IA” e pioneiro no assunto, afirmou em entrevista à Reuters que a inteligência artificial pode representar uma ameaça “mais urgente” para a humanidade do que a mudança climática. Milhares de executivos assinaram em abril uma carta-aberta pedindo uma pausa de seis meses nos estudos e desenvolvimento de IAs poderosas, mas isso não parece parar esse mercado. Aliás, opções de IAs gratuitas já não são mais problema.
Para a criação de imagens, profissionais de design do mundo inteiro têm se valido de plataformas como Dall-E (dos mesmos criadores do ChatGPT) e da tão famosa Midjourney, que já até ganhou um concurso de arte e é responsável pelas fotos do Papa de jaqueta puffer, que viralizou nas redes há alguns meses.
E a redação também não ficou de fora. Ferramentas como Copy.AI , Wordtune, Writesonic e o próprio ChatGPT já fazem parte do dia a dia de publicitários, marqueteiros e jornalistas. É importantíssimo ressaltar que essas plataformas não são capazes de pensar por conta própria (ainda!), então elas não vão produzir conteúdos realmente originais, apenas otimizar tempo, processos e dar insights para que as verdadeiras mentes criativas sejam capazes de produzir mais conteúdo com menos esforço e recursos.
Seja qual for o uso que você der a ela, o fato é que é preciso aprender sobre isso e se adaptar a essas tendências, que já são a diferença entre liderança de mercado e defasagem de marca.
*Fabiana Ramos é CEO da PinePR.