Cid Vianna, diretor de novos negócios e inovação do Grupo T2I, explica o que é o termo Internet da Coisas e suas aplicações em nossa rotina.| Foto: Bigstock
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IOT, Internet of Things ou em português Internet das coisas ou ainda internet de todas as coisas. Seja lá como for, que diabos isso significa e para que serve?

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Exatamente assim que eu fui sutilmente questionado durante uma palestra que fiz para um grupo de empresários, ávidos por saber do assunto, mas sem a menor paciência para respostas técnicas e cheias de frases de efeito ou estrangeirismo.

Bem, segundo o dicionário da língua portuguesa, “coisa” é: “tudo o que existe ou possa existir, de natureza corpórea ou incorpórea”. Ou seja: tudo mesmo. Mas, dentro do conceito que pretendemos explorar, a coisa é um pouco diferente. Então é preciso delimitar um pouco nossa abrangência da coisa, antes de começar a explicação. 

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Neste momento percebi que minha pequena plateia não havia esboçado o menor indício de um sorriso ou possibilidade de tolerância ao meu infame trocadilho. Melhor ir direto ao ponto.

Quase todos os equipamentos que fazem parte do nosso cotidiano dispõem internamente de algum tipo de sistema informatizado, por assim dizer. As geladeiras têm sistemas internos para controle de temperatura, redução de gastos energéticos, entre outros.  Aparelhos de TV são cada vez mais smarts, memorizando os canais frequentemente selecionados e criando listas de preferências.  Até a velha e boa cafeteira agora tem um software que controla uma série de funções.

Estes são alguns exemplos tradicionais das coisas que nos interessam. Acrescente a esta lista a ampla variedade de sensores que existem no mercado. Luminosidade, temperatura, presença, biometria, etc, etc, etc...

Agora podemos ir para a explicação de fato. Com os recursos de comunicação que a internet nos proporciona, temos à disposição uma rede ilimitada de pontos de acesso.  Pois bem, se todas as “coisas” da nossa lista tiverem acesso a esta rede, podemos interagir com praticamente tudo.

A mesma geladeira do exemplo acima, por intermédio do seu sistema interno, pode detectar uma perda de temperatura através de um sensor de calor e, conectada à internet, enviar um sms ou e-mail para um número de telefone pré-cadastrado informado a anomalia, evitando que itens armazenados nela se deteriorem. 

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As televisões se conectam pela internet e ajustam, desde a programação preferida por perfil de cada morador da casa, trocam informações com softwares de vídeo, música, verificam a agenda, consultam a previsão do tempo e por aí vai.

E para não excluir a cafeteira, já existem modelos no mercado que conectados à internet podem ativar o funcionamento de acordo com uma programação previamente feita através de um celular, perguntar qual tipo de café deve ser preparado e, pasmem, informar que o café está acabando.

Sendo mais prático ainda na explicação, a expressão internet das coisas significa uma grande rede baseada nos recursos de comunicação que a internet dispõe, conectando dispositivos de vários tipos e de aplicações diversas, presentes no nosso dia a dia. 

Entendido isso, uma enorme janela de situações se abre a nossa frente. Dá para utilizar a internet das coisas para uma infinidade de soluções.  Mobilidade, marketing, indústria, comércio e muitas outras áreas têm aderência ao conceito e já vêm sendo afetadas diretamente por ele.

Mais exemplos: outdoors e monitores que mostram conteúdo de acordo com um contexto, se é meio dia, propagandas de restaurantes, se é final da tarde locais ou produtos para happy hour.  Museus e galerias de artes que fornecem dados completos do acervo na tela do celular do visitante, e muito mais.

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Neste momento da minha explanação, o mesmo empresário que me fez a pergunta que originou este artigo, me interrompeu novamente, desta vez com um sonoro “Essa internet é coisa do outro mundo!”

Me limitei a dizer “Não senhor!  Esse é o mundo da internet das coisas!”. E desta vez, todo mundo sorriu.

*Cid Vianna é diretor de novos negócios e inovação do Grupo T2I. Palestrante internacional com participação em diversos fóruns de debate sobre temas relacionados a tecnologia e inovação; professor convidado do laboratório de inovação da Universidade de Pisa - Itália; membro do comitê internacional de mobilidade urbana e IOT.