Um cenário de mudança sempre gera expectativas mais negativas em um primeiro momento por se tratar de contexto de dúvida e especulações.| Foto: Towfiqu Barbhuiya / Unsplash
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Estamos vivendo a segunda onda das fintechs. Após o boom inicial marcado pelo surgimento de novas propostas, produtos e jornadas de cliente inovadoras, começamos a ver que modelos de negócios nesse segmento de fato se provaram sustentáveis e que têm reais chances de perdurar e crescer.

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Agora com o mercado mais maduro, vemos uma aproximação entre fintechs e instituições financeiras tradicionais. Nesse sentido, uma tendência forte que podemos analisar é o surgimento de soluções que viabilizem e facilitem a digitalização e reposicionamento dos bancos tradicionais como: construção de APIs, BaaS e CaaS vinculadas ao core bancário, soluções de cloud e soluções focadas em experiência do usuário, principalmente para onboarding de novos clientes.

Uma segunda tendência é a intensificação da personalização e do mercado de nicho. Na primeira onda de fintechs vimos o surgimento de muitas soluções para pessoas físicas. Com o aumento da competitividade e custo de aquisição desse cliente PF em estratégias de mercado aberto, tudo indica que cada vez mais as fintechs focarão no mercado de nicho PJ, em especial nas soluções para PMEs, onde ainda existem muitas oportunidades.

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Claro que não podemos deixar de mencionar a evolução de soluções de embedded finance (soluções financeiras embedadas) que devem se tornar mais robustas e expandir para novos segmentos de mercado.

Hoje, plugar transações financeiras já é uma realidade factível para ERPs, plataformas SaaS em geral e sistemas para varejo, ou seja, empresas que entendem de tecnologia. No entanto, é novidade para diversos outros segmentos que ainda estão descobrindo como participar desse movimento e que soluções têm fit com seu produto e público. Quando falamos de soluções, é algo além de contas digitais, estamos colocando aqui o produto financeiro como meio e não como o fim, afinal, ninguém quer adquirir um financiamento, quer ter um carro, ninguém quer um limite no cartão de crédito, quer poder de compra.

O embedded finance é a ferramenta que conecta o usuário com o que ele de fato quer e precisa. Saber como implementar isso dentro da sua solução e/ou produto é a chave para ser bem sucedido nesse novo mercado.

Por último, uma tendência geral para além do mercado de meios de pagamento é a busca mais criteriosa de modelos de negócio e estratégias de crescimento sustentáveis com foco na geração de valor para todos stakeholders: usuários, fintechs, parceiros e investidores.

Podemos listar três principais tendências do segmento para o próximo ano, são elas: Evolução do mercado de nicho e criação de soluções mais personalizadas, inclusive no nível de usuário; crescimento de soluções com foco em PMEs e expansão do Embedded Finance para novos segmentos, mais o aprendizado e maturidade de aplicações.

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Se pararmos para fazer uma breve análise do mercado até o momento, ao longo de todos esses anos os bancos conseguiram construir estruturas robustas, seguras e um extenso portfólio de soluções (muito maior do que as fintechs). O grande desafio aqui é criar as tecnologias, os processos de os modelos de parceria para viabilizar essa infraestrutura de core bancário, regulatório, segurança e compliance as a service de forma eficiente, viável e segura.

Um cenário de mudança sempre gera expectativas mais negativas em um primeiro momento por se tratar de contexto de dúvida e especulações. Com relação ao mercado de meios de pagamento, independente desse cenário, vemos um cenário positivo de evolução e desenvolvimento que depende menos da figura do presidente em si, e é alavancado mais pela tendência de evolução comportamental dos usuários e da tecnologia.

*Maria Cristina Kopacek é Co-fundadora da Idez, fintech especializada em serviços financeiros para PMEs, que atua sob o modelo Bank as a service.