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A crise causada pelo avanço do Covid-19 chegou no Brasil na semana do dia 9 de março. Naquela segunda-feira foi quando senti pela primeira vez a onda de medo e incerteza bater nos empresários e executivos.

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Decidimos, nesta semana, colocar a empresa toda trabalhando em casa. Para nós foi muito fácil, pois funcionamos em cloud e com regime de home office desde a nossa fundação. Mesmo assim, fizemos isso por precaução pois não tínhamos certeza se era o certo, ainda não era claro se era realmente necessário.

Horas depois, o Governo do Paraná emitiu decreto exigindo fechamento de escolas e escritórios. Vi neste dia nascer os primeiros focos de estresse: muitas empresas que nunca cogitaram ter pessoas trabalhando de maneira remota tiveram que fazer esse movimento. Muitos ainda tentaram não acreditar, porém foi inevitável.

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Mas o que tenho aprendido com esse isolamento social e a parada brusca de muitos segmentos da Economia?

1. Saúde mental está em primeiro lugar

Cabe aos líderes, empresariais e de governo, manter seus liderados conscientes da realidade inevitável de que isso vai passar. Como qualquer outra crise, por pior que seja, ela vai passar.

Equilibrar as demandas dos liderados, clientes, fornecedores e outros stakeholders como acionistas é um desafio enorme quando o cenário é de incerteza - isso exige foco, inteligência emocional e capacidade de gestão dos conflitos que podem ocorrer devido a atrasos de pagamentos, prorrogação de projetos importantes, etc.

2. Trabalhar de casa pode ser (até mais) eficiente para algumas empresas

Recebi nos primeiros dias de quarentena uma mensagem de um cliente impressionado com a eficiência do trabalho remoto. Empresas devem adotar esse formato em breve e isso não tem volta.

3. Lideranças maduras fazem diferença

O pânico é uma extensão do medo, e o medo é inerente ao desconhecido. O líder maduro sabe que a única forma de lidar com um obstáculo desconhecido é fazer dele o caminho. O imperador Marco Aurélio (Roma Antiga, circa 150 d.C.) escreveu a célebre frase: “Aquilo que impede a ação incentiva a ação. O obstáculo se torna o caminho.”

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Líderes maduros, por experiências prévias ou por terem grande autoconhecimento, sabem lidar com medo e não o deixam se transformar em pânico. São humildes, têm empatia com os medos do seu time, mas ao mesmo tempo encorajam e dão a direção para que a energia não acabe.

4. Diante da crise, alguns inevitavelmente mostrarão sua verdadeira faceta

Assistimos de maneira incrédula a preços de itens básicos necessários subirem muito de um dia para o outro e a empresários se pronunciarem de maneira intempestiva destruindo suas imagens e a de suas marcas.

Ao mesmo tempo recebemos apoio e atenção das mais inesperadas pessoas, que se colocam à disposição para ajudar quem mais precisa nessas horas. Um exemplo: nesta semana, participei de uma conferência com empresas concorrentes que nunca teriam se falado caso não fosse por essa crise.

5. Os líderes de RH são as pessoas mais importantes neste momento

Por pior que seja o cenário, por mais complexa que seja a situação, líderes de RH bem preparados, seguros de sua posição e que sabem impor suas decisões de maneira objetiva trazem um ganho de eficiência para suas empresas.

Como escreveu a The Economist esta semana, “A crise causada pela Covid-19 empurra os líderes de RH para os holofotes”. As ações e políticas de RH podem fazer com que desafios como transformar times presenciais em remotos tenham excelentes resultados ou se transformem em catástrofes.

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6. Negócios locais e autônomos precisam de nós para continuarem

Os restaurantes, padarias, bares, sorveterias e outros do seu bairro precisam de você para não fecharem para sempre. Por mais que o sorvete chegue derretido, peça, coloque na geladeira um pouco e coma depois. Por mais que você não vá fazer as unhas ou cortar o cabelo, ligue para o salão e ofereça um pagamento antecipado, um voucher para você usar quando isso tudo passar.

Por fim lembro que, por mais difícil que seja essa crise, ela vai passar. Mas enquanto ela não passa, aprenda com ela, seja gentil e cuide da sua saúde, física e mental.

*Diego Godoy é headhunter e sócio da Easy2Recruit – RecrutamentoFacil.com. Trabalhou em empresas multinacionais do segmento de serviços profissionais como PwC, Michael Page e Walt Disney Company. Também é fundador do Projeto Um Por Cento, reconhecido como iniciativa oficial pelo ACNUR e que trabalha na recolocação de refugiados no mercado de trabalho do Brasil.