![Tecnologia, design e impacto socioambiental foram destaques do Web Summit 2022 O Web Summit é considerado o maior evento de tecnologia do mundo.](https://media.gazetadopovo.com.br/2022/11/04162603/WebSummit-2022-960x540.jpeg)
O tempo acelera e pede pressa. E ao menos aqui no Web Summit 2022, em Lisboa, não é aconselhável recusar, fazer hora e ir na valsa, como sugere a canção. Foram quatro dias frenéticos de imersão no universo da tecnologia e inovação, com pautas das mais diversas e números hiperlativos do maior evento global na área.
Mais de 70 mil pessoas de 160 países, 2,6 mil startups, mais de mil investidores e outros mil oradores, dentro de uma programação na qual estavam presentes da Rainha Rania da Jordânia à primeira-dama da Ucrânia, Olena Zelenska, passando por Mark MacGann, ex-executivo responsável pelo vazamento dos Uber Files, e tantos outros nomes de destaque.
![O evento reuniu mais de 70 mil pessoas, durante os quatro dias de conferência. Foto: José Godoi/GazzConecta O evento reuniu mais de 70 mil pessoas, durante os quatro dias de conferência. Foto: José Godoi/GazzConecta](https://media.gazetadopovo.com.br/2022/11/04163800/Web-Summit-2022-ok-ok.jpeg)
Mas calma, respiremos. Com uma boa curadoria prévia, é possível absorver muitos conteúdos plurais. Inclusive sobre os desafios do excesso de informações e conteúdos na internet e como nos relacionamos com a web e nos comunicamos (muito mais por texto do que por conversa, é verdade), assunto abordado pelo chefe do TED, Chris Anderson. Das 12 curadorias por temas de interesse, a comitiva do CESAR teve especial interesse em pautas sobre ESG, design e as tecnologias da informação e comunicação.
O impacto da tecnologia norteou o Web Summit. Discussões importantes foram realizadas a respeito da necessidade de ter processos afirmativos para possibilitar, às pessoas de todas raças e camadas sociais, as mesmas oportunidades. O caminho para uma sociedade mais justa, menos desigual, permeado por conteúdos atuais e multitemático. No meio de tudo, foi fácil ver como o design tem sido tratado de maneira holística e não como um "departamento separado" no evento.
Um exemplo foi quando o Palco Crypto trouxe para a mesa uma pergunta para a qual foram levantadas diversas possibilidades, mas nenhuma "bala de prata": como a blockchain pode criar uma sociedade inclusiva? Falou-se sobre avaliação cega confiável em processos de aplicar para empregos, escolas e universidades de forma a reduzir os vieses, embora estejamos longe disso quando pensamos que, neste momento, precisamos assumir o inglês como "língua universal" e quando vemos o mercado de tecnologia ainda tão desequilibrado em questão de gênero e tantas outras.
A conclusão sempre ronda em torno da consciência de que ainda temos um longo trabalho pela frente. E quando pensamos no momento atual, onde surge a nova geração da internet, a Web 3, nos damos conta da importância de olhar para a experiência das pessoas e de todo o seu ecossistema.
Entre tantas palestras de destaque, uma menção à de Jane Geraghty, da empresa de consultoria Landor & Fitch, sobre por que a acessibilidade deve ser a fundação do design.
"Se temos que fazer um design orientado a dados, o que seria mais impactante e daria mais subsídio para incluir práticas voltadas à acessibilidade do que lembramos que 1 a cada 15 pessoas no mundo sofre com alguma deficiência? E ainda somado ao dado de que 1 a cada 7 pessoas apresenta algum grau de neurodivergência."
Jane Geraghty
Ela fez questão de destacar que não podemos continuar produzindo o que quer que seja que exclua, de forma intencional, uma quantidade tão grande de pessoas. Porque, afinal, é o que fazemos quando não pensamos sobre inclusão ao projetar soluções.
Fica evidente, ao assistir cada palestra, ao ver cada stand, ao ouvir cada convidado, que o design está em tudo. Novas tecnologias emergem e o design está lá, pronto para produzir experiências e sendo o caminho para onde todo mundo corre quando se fala em fazer inovação que brilha aos olhos.
O Brasil marcou presença e ficou em evidência
Os projetos de inovação e impacto socioambiental do CESAR também se fizeram presentes no Web Summit, seja no stand montado no Pavilhão APEX, no videocast gravado no Pavilhão Brasil ou nas palestras.
![Pela primeira vez na história o Brasil participa da conferência de forma tão representativa, com diversas empresas, associações e startups. Foto: José Godoi/GazzConecta Pela primeira vez na história o Brasil participa da conferência de forma tão representativa, com diversas empresas, associações e startups. Foto: José Godoi/GazzConecta](https://media.gazetadopovo.com.br/2022/11/04164211/Brasil-no-Web-Summit-2022.jpeg)
Os temas levados pelo centro de inovação pernambucano foram a jornada possível da transformação digital, o impulsionamento do impacto sustentável e positivo por meio da inovação aberta e também a tecnologia, da pesquisa à escala.
Já Curitiba, com o Vale do Pinhão e o TechRoad, também apresentaram seus projetos de tecnologia e inovação para o mundo no Web Summit 2022.
A capital paranaense abriu um estande no evento internacional com o TechRoad, programa que reúne as cidades de Caxias do Sul (RS), Curitiba (PR), Florianópolis (SC), Joinville (SC) e Porto Alegre (RS), para apresentarem, no Web Summit Lisboa, seus potenciais, atraindo investidores e programas internacionais.
Iniciado na terça, o Web Summit termina nesta sexta (04). Ele deixa lições para serem aplicadas na rotina de várias pessoas e empresas e também aquela ansiedade para a próxima edição.
*Eduardo Peixoto é o Chief Executive Officer do CESAR. Ele é doutorando na CESAR School. Mestre em comunicação de dados com distinção pela Technical University of Eindhoven-Holanda, pós MBA pela Kellog School of Management, Evanston-EUA, e alumni do Digital Business Leadership Program pela Universidade de Columbia-NY. Atua há mais de três décadas na área de tecnologia da informação e comunicação, tendo trabalhado na Holanda, Suíça e Brasil, em empresas como Nederlandse PHILIPS Bedrijven B.V., ASCOM Business System AG e CESAR, respectivamente. É fundador do capítulo do PMI no Recife, palestrante do Recife Summer School e consultor de inovação em empresas como Saraiva, Fiat, SSB, Unilever, Elcoma, Iron House e ANPROTEC.
*Priscila Alcântara é Design Manager Senior no CESAR, já tendo atuado em outras companhias nacionais e multinacionais. Mercadóloga, pós-graduada em design para dispositivos digitais, professora de pós-graduação na CESAR School com mais de 15 anos de atuação com design de interação, experiência do usuário, design de interface e serviço.
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