O Web Summit é considerado o maior evento de tecnologia do mundo.| Foto: José Godoi/GazzConecta
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O tempo acelera e pede pressa. E ao menos aqui no Web Summit 2022, em Lisboa, não é aconselhável recusar, fazer hora e ir na valsa, como sugere a canção. Foram quatro dias frenéticos de imersão no universo da tecnologia e inovação, com pautas das mais diversas e números hiperlativos do maior evento global na área.

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Mais de 70 mil pessoas de 160 países, 2,6 mil startups, mais de mil investidores e outros mil oradores, dentro de uma programação na qual estavam presentes da Rainha Rania da Jordânia à primeira-dama da Ucrânia, Olena Zelenska, passando por Mark MacGann, ex-executivo responsável pelo vazamento dos Uber Files, e tantos outros nomes de destaque.

O evento reuniu mais de 70 mil pessoas, durante os quatro dias de conferência. Foto: José Godoi/GazzConecta
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Mas calma, respiremos. Com uma boa curadoria prévia, é possível absorver muitos conteúdos plurais. Inclusive sobre os desafios do excesso de informações e conteúdos na internet e como nos relacionamos com a web e nos comunicamos (muito mais por texto do que por conversa, é verdade), assunto abordado pelo chefe do TED, Chris Anderson. Das 12 curadorias por temas de interesse, a comitiva do CESAR teve especial interesse em pautas sobre ESG, design e as tecnologias da informação e comunicação.

O impacto da tecnologia norteou o Web Summit. Discussões importantes foram realizadas a respeito da necessidade de ter processos afirmativos para possibilitar, às pessoas de todas raças e camadas sociais, as mesmas oportunidades. O caminho para uma sociedade mais justa, menos desigual, permeado por conteúdos atuais e multitemático. No meio de tudo, foi fácil ver como o design tem sido tratado de maneira holística e não como um "departamento separado" no evento.

Um exemplo foi quando o Palco Crypto trouxe para a mesa uma pergunta para a qual foram levantadas diversas possibilidades, mas nenhuma "bala de prata": como a blockchain pode criar uma sociedade inclusiva? Falou-se sobre avaliação cega confiável em processos de aplicar para empregos, escolas e universidades de forma a reduzir os vieses, embora estejamos longe disso quando pensamos que, neste momento, precisamos assumir o inglês como "língua universal" e quando vemos o mercado de tecnologia ainda tão desequilibrado em questão de gênero e tantas outras.

A conclusão sempre ronda em torno da consciência de que ainda temos um longo trabalho pela frente. E quando pensamos no momento atual, onde surge a nova geração da internet, a Web 3, nos damos conta da importância de olhar para a experiência das pessoas e de todo o seu ecossistema.

Entre tantas palestras de destaque, uma menção à de Jane Geraghty, da empresa de consultoria Landor & Fitch, sobre por que a acessibilidade deve ser a fundação do design.

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"Se temos que fazer um design orientado a dados, o que seria mais impactante e daria mais subsídio para incluir práticas voltadas à acessibilidade do que lembramos que 1 a cada 15 pessoas no mundo sofre com alguma deficiência? E ainda somado ao dado de que 1 a cada 7 pessoas apresenta algum grau de neurodivergência."

Jane Geraghty

Ela fez questão de destacar que não podemos continuar produzindo o que quer que seja que exclua, de forma intencional, uma quantidade tão grande de pessoas. Porque, afinal, é o que fazemos quando não pensamos sobre inclusão ao projetar soluções.

Fica evidente, ao assistir cada palestra, ao ver cada stand, ao ouvir cada convidado, que o design está em tudo. Novas tecnologias emergem e o design está lá, pronto para produzir experiências e sendo o caminho para onde todo mundo corre quando se fala em fazer inovação que brilha aos olhos.

O Brasil marcou presença e ficou em evidência

Os projetos de inovação e impacto socioambiental do CESAR também se fizeram presentes no Web Summit, seja no stand montado no Pavilhão APEX, no videocast gravado no Pavilhão Brasil ou nas palestras.

Pela primeira vez na história o Brasil participa da conferência de forma tão representativa, com diversas empresas, associações e startups. Foto: José Godoi/GazzConecta
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Os temas levados pelo centro de inovação pernambucano foram a jornada possível da transformação digital, o impulsionamento do impacto sustentável e positivo por meio da inovação aberta e também a tecnologia, da pesquisa à escala.

Já Curitiba, com o Vale do Pinhão e o TechRoad, também apresentaram seus projetos de tecnologia e inovação para o mundo no Web Summit 2022.

A capital paranaense abriu um estande no evento internacional com o TechRoad, programa que reúne as cidades de Caxias do Sul (RS), Curitiba (PR), Florianópolis (SC), Joinville (SC) e Porto Alegre (RS), para apresentarem, no Web Summit Lisboa, seus potenciais, atraindo investidores e programas internacionais.

Iniciado na terça, o Web Summit termina nesta sexta (04). Ele deixa lições para serem aplicadas na rotina de várias pessoas e empresas e também aquela ansiedade para a próxima edição.

*Eduardo Peixoto é o Chief Executive Officer do CESAR. Ele é doutorando na CESAR School. Mestre em comunicação de dados com distinção pela Technical University of Eindhoven-Holanda, pós MBA pela Kellog School of Management, Evanston-EUA, e alumni do Digital Business Leadership Program pela Universidade de Columbia-NY. Atua há mais de três décadas na área de tecnologia da informação e comunicação, tendo trabalhado na Holanda, Suíça e Brasil, em empresas como Nederlandse PHILIPS Bedrijven B.V., ASCOM Business System AG e CESAR, respectivamente. É fundador do capítulo do PMI no Recife, palestrante do Recife Summer School e consultor de inovação em empresas como Saraiva, Fiat, SSB, Unilever, Elcoma, Iron House e ANPROTEC.

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*Priscila Alcântara é Design Manager Senior no CESAR, já tendo atuado em outras companhias nacionais e multinacionais. Mercadóloga, pós-graduada em design para dispositivos digitais, professora de pós-graduação na CESAR School com mais de 15 anos de atuação com design de interação, experiência do usuário, design de interface e serviço.