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Há uma série de críticas bem colocadas sob pontos de vista variados e com opiniões distintas sobre a exposição de arte “Queermuseu” – e pretendo trazer um apanhado delas aqui. Agora, sem dúvida, as mais difíceis de engolir são as que defendem a permanência da mostra em respeito à liberdade de expressão. Houve até quem achou a exposição de mau gosto, mas que não viu nada digno de censura nas obras exibidas. Um pouco de bom senso deveria resolver a questão, pois a mostra é flagrantemente grotesca e ofensiva: palavras de teor sexual inscritas em hóstias, uma “Madonna” segurando não o Menino Jesus, mas um macaquinho, um quadro em que se lê “criança viada, travesti da lambada”, uma instalação onde há “trajes especiais” que permitem acesso ao corpo à frente por meio de zíperes, para estimular pelo toque “sensações que alteram as percepções de gênero”, tudo isso e mais sendo exibido sem nem censura a menores de 18 anos – ao contrário até: a exposição, segundo o edital, era para ser visitada por escolas (e de fato foi)! Percival Puggina vai ao coração do problema: “Como pode exigir respeito quem não respeita os demais? Como pode pretender o devido reconhecimento social quem tolera ter sua diversidade representada por aquelas imagens?” É de se perguntar se esse pessoal progressista já refletiu sobre o caminho civilizacional que estão pavimentando, em que a pedofilia é só mais uma modalidade sexual e em que os valores cristãos, incluindo a bondade e a misericórdia, foram reduzidos a pó.
Sem dúvida a liberdade de expressão tem alto valor na escala dos direitos fundamentais, mas não é difícil perceber que ela não pode ser praticada de modo absolutamente irrestrito, como pontuou Mateus Colombo Mendes. Calúnia, difamação e injúria são alguns dos limites consagrados em lei, como também o é “vilipendiar publicamente ato ou objeto de culto religioso”, segundo o artigo 208 do Código Penal. Ou seja, a questão deveria ser tratada na esfera criminal, mas acho improvável que um promotor de justiça compre briga com uma das militâncias mais articuladas do país. Agora, convenhamos, a tal defesa irrestrita da liberdade de expressão é puro engodo, porque aqueles que agora estão erguendo essa bandeira são os primeiros a se indignar com qualquer piadinha politicamente incorreta: são os autoritários cínicos. Também há, como destacou Eric Balbinus, os que “estão enclausurados em seus grupos supostamente intelectuais, em seus cafés pretensamente inteligentes e em seus círculos sociais pretensamente sofisticados e progressistas. Estes preferem a tortura do que serem chamados de ‘obscurantistas’ pelos seus pares que apóiam Maduro e outros carniceiros”.

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