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Por ISAE/FGV

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Estudos científicos mostram que já excedemos a capacidade de regeneração dos recursos naturais do planeta. Analisando a pegada ecológica da humanidade, atualmente precisamos de 1,7 planetas Terra para sustentar nosso estilo de vida.

De onde virão estes recursos, se nós só temos um Planeta Terra? Só existe uma forma de sustentar a nossa e as futuras gerações: precisamos de um novo modelo econômico. Novas formas de gerar energia, novos meios de transporte, novas formas de comunicação, novas formas de produção e consumo e novas matérias-primas para nossos produtos.

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Difícil e desafiador talvez. Impossível? Não, nem um pouco. Não faltam novas tecnologias e foco na inovação para nos guiar a melhores caminhos: indústria 4.0, inteligência artificial, big data e internet das coisas são alguns exemplos.

Temos tudo o que precisamos. Mas precisamos sobretudo de pessoas à frente deste novo paradigma, capazes de transformar as relações e os processos econômicos, contribuindo para um mundo socialmente justo e equitativo, atendendo às necessidades humanas sem deixar de lado a preservação do capital natural e da biodiversidade.

Neste ano, o tema do Dia Mundial do Meio Ambiente, comemorado no último dia 5 de junho, foi o combate à poluição do ar. Com dados realmente alarmantes como o de que 9 a cada 10 pessoas no mundo respiram ar poluído, causando 7 milhões de mortes anualmente, fica evidente que estamos no caminho errado.

A agenda climática é importantíssima, crucial e urgente. Apesar de alarmante, sabemos que reduzir as emissões de carbono não será suficiente para cumprir o Acordo de Paris. Mais do que migrar para uma economia de baixo carbono, teremos que lançar mão de ferramentas sofisticadíssimas para a captura do carbono em excesso na atmosfera. Ou, podemos utilizar a melhor de todas as nossas “ferramentas”: as florestas.

Assim, a agenda do clima também pode ser encarada como uma encruzilhada que trará inúmeras oportunidades de desenvolvimento do território, fortalecendo ações de conservação e ampliando a recuperação de áreas degradadas via plantios florestais.

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Portanto, é preciso olhar para o todo, ou seja, o imenso portfólio de serviços ambientais e ecossistêmicos que as florestas naturais e plantadas proporcionam, tais como a manutenção da biodiversidade e do capital natural, a água preservada, o ar puro e adequação do clima para atender às vidas no Planeta.

A biodiversidade de espécies animais e vegetais protagoniza um papel fundamental no equilíbrio sutil do meio ambiente e da sustentabilidade de todos os serviços da floresta. Quando modificamos um destes fatores, por menor que seja, alteramos todo o equilíbrio, desencadeando consequências inimagináveis.

Não alcançaremos êxito em nossa sociedade sem o respeito ao meio ambiente e à perpetuidade dos seus recursos.

Acredito no diálogo e na colaboração inter e multisetorial, pois é preciso compatibilizar todas as atividades desenvolvidas no território, as produtivas e as conservacionistas. Juntas. Porque não haverá desenvolvimento sem o equilíbrio entre todos os interesses, que apesar de parecerem opostos, são os mesmos. Só estão vestidos de vieses ideológicos e de falta de visão sistêmica, pois todos queremos o desenvolvimento e o crescimento econômico. Todos queremos entregar às futuras gerações um mundo e um planeta melhor.

Vamos juntos?

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*Artigo escrito por Mariana Schuchovski, doutora em Engenharia Florestal, Professora de Sustentabilidade no ISAE/FGV e fundadora da Verde Floresta | Sustentabilidade, Meio Ambiente e Florestas. O ISAE/FGV é colaborador voluntário do Blog Giro Sustentável.

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