Cresce o número de pessoas com vontade de se tornar profissionais do terceiro setor. Entre os postulantes, há muitos profissionais graduados em boas universidades, alguns até com especialização concluída, que estão dispostos a deixar de lado suas áreas de formação, salários em geral mais altos, para trabalhar em instituições sem fins lucrativos.
Mas o que pode atrair alguém para trabalhar no terceiro setor?
Infelizmente, não é a remuneração. Apesar de estar lentamente se profissionalizando, o terceiro setor oferta salários que são, via de regra, menores do que os de mercado – o que é “injusto”, pois em tese se tratam de serviços de grande valor… (tema para um próximo post, quem sabe?!). Aliás, não só os salários são abaixo da média: as instituições do terceiro setor dificilmente oferecem benefícios comuns às empresas, como vale transporte, vale alimentação ou seguros na área de saúde.
Além disso, o trabalho na área social costuma ser tão ou mais complexo e exigente do que outros: profissionais do terceiro setor “sobrevivem” na área quanto mais se mostram flexíveis e capacitados para assumir, muitas vezes, diversas funções ao mesmo tempo – administração, finanças, gestão de pessoas, gestão de processos, comunicação, conhecimentos jurídicos básicos, entre outros.
Tais condições levam a crer que, cada vez mais, as pessoas buscam trabalhar e dedicar-se a algo que faça sentido para suas vidas – e que não tenha fim em si mesmo. O trabalho no terceiro setor propicia isso. É a lógica do chamado “capitalismo social”, de que não faz sentido ganhar dinheiro só por ganhar, mas sim, de que é preciso ganhar para distribuir, para fazer os outros também crescerem e se desenvolverem.
*Artigo escrito por Rafael Riva Finatti, colaborador do Instituto GRPCOM em Curitiba.
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