O mundo do consumo em que vivemos está focado na produção e comércio de produtos cada vez mais descartáveis e baratos, fabricados em maior escala visando baixar o custo unitário, incentivando o consumo desenfreado de coisas supérfluas, como flores, perfumes, presentes e brinquedos. Em sua maioria são pequenas coisas que compramos sempre bem embaladas em um frasco ou em uma caixa bonita e colorida.
Na hora da compra, o comércio acrescenta sua pitada no pacote de presente com outra embalagem e, para finalizar, coloca em uma bela sacola. Ou seja, compramos uma coisa supérflua para presentear alguém e gastamos três ou quatros embalagens que serão jogadas no lixo. Em alguns casos, separamos como resíduo sólido e mandamos para a reciclagem, e assim pensamos que estamos protegendo o meio ambiente. Mero engano, estamos cada dia destruindo mais.
Vejamos em Curitiba, que se diz a capital ecológica com o projeto lixo que não é lixo e as cooperativas de reciclados, separamos apenas 20% do resíduo sólido. No Brasil, menos de 10%. Mesmo que separássemos tudo e reciclássemos, continuamos fazendo pouco para a sustentabilidade. Precisamos urgentemente rever nossos hábitos, evitar comprar tantos presentes, procurar comprar coisas mais úteis e não utilizar tantas embalagens.
Evidentemente, consciência não é uma coisa que resolve, pois, como sempre digo, se consciência resolvesse alguma coisa, ninguém mais fumava, pois todos sabem o mal que o cigarro faz. Precisamos urgentemente de políticas que levem a sociedade a repensar, por exemplo, aumentando os impostos sobre as embalagens. Tenho consciência que é uma cadeia de produção e gera emprego, mas precisamos ter noção que sem mexer no bolso das pessoas não teremos sustentabilidade.
*Artigo escrito por Ademar Batista Pereira – diretor da Escola Atuação, diretor de Planejamento do Sinepe/PR, instituição parceira do Instituto GRPCOM.
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