Já não é de hoje que a mudança de atitude na gestão empresarial, principalmente no que tange a sustentabilidade e governança, se tornam imprescindíveis para o desenvolvimento econômico do país. Para alcançar esse crescimento, vale lembrar que a eliminação ou redução das desigualdades não é uma tarefa somente do governo, mas sim de toda a sociedade.
Nesse contexto, os negócios inclusivos despontam como uma solução e novo conceito de mercado do século 21, uma vez que objetivam resultados socioambientais, além dos econômicos. Tais modelos envolvem pessoas de baixa renda no processo de desenvolvimento econômico, tanto no âmbito da demanda (clientes e consumidores), como no da oferta (empregados, produtores e donos de negócios), criando, desta forma, um sistema em que as populações mais vulneráveis estejam presentes em vários pontos da cadeia de valor.
O PNUD (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento) define esses modelos de negócios por serem empreendimentos que visam ao lucro e, para tanto, fizeram alguma mudança no seu core business para incluir as pessoas de menor renda*. O que difere muito das iniciativas de responsabilidade social corporativa, que são intervenções de uma empresa privada com o objetivo de atingir um grau de bem-estar social mais alto, sem expectativa de retorno financeiro (não relacionadas a publicidade positiva) e que não são exigidas por lei.
O crescente sucesso de empreendimentos que seguem esse modelo de negócio inspira também empresários de diversos setores a implementar estratégias de inclusão em seus mercados. Essa proposta, além de promover o desenvolvimento das empresas e a utilização dos recursos do meio ambiente de maneira sustentável, também potencializa a redução da pobreza nos locais onde essas práticas estão inseridas.
A proposta dos negócios inclusivos tem um poder de transformação significativo, pois promove um capitalismo que pode se aproximar do ideal de ser um instrumento eficaz de promoção do desenvolvimento sustentável. Além disso, a iniciativa é um passo fundamental para alcançar a agenda pós-2015 e erradicar a miséria do mundo.
*Fonte: UNDP (2014). “Barriers and Opportunities at the Bottom of the Pyramid”. Istambul, Turkey.
*Artigo escrito por Norman de Paula Arruda Filho, presidente do Instituto de Administração e Economia (ISAE), presidente do capítulo brasileiro d PRME e representante no Núcleo de Instituições de Ensino Superior (NIES) do Conselho Paranaense de Cidadania Empresarial (CPCE). O Conselho Paranaense de Cidadania Empresarial – CPCE é colaborador voluntário do blog Giro Sustentável.
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