Registro feito em Bocaiúva do Sul indica a presença do gavião-de-penacho na Floresta com Araucária, ecossistema do qual resta menos de 0,8% de áreas conservadas no Paraná
O registro de um gavião-de-penacho voando pelo município de Bocaiúva do Sul, na Região Metropolitana de Curitiba, alertou ainda mais os ambientalistas para a necessidade de preservação da Floresta com Araucária, ecossistema associado ao bioma Mata Atlântica. Essa vegetação abriga grande parte das espécies ameaçadas de extinção no estado do Paraná, mas suas áreas consideradas em bom estado de conservação representam menos de 0,8% da área ocupada originalmente pela Floresta com Araucária no território paranaense.
Uma das grandes aves de rapina do país, o gavião-de-penacho pode medir até 65 cm de comprimento. É também uma das espécies mais ameaçadas da Mata Atlântica, considerada “criticamente em perigo” nas listas vermelhas de fauna da maioria dos estados cobertos pelo bioma. No Paraná, a situação do gavião-de-penacho (Spizaetus ornatus) é perigosa principalmente devido à fragmentação de seu habitat.
“Essa espécie de gavião depende de áreas de florestas nativas bem conservadas para cumprir seu ciclo de vida, ou seja, territórios para alimentação e reprodução”, explica o técnico da Sociedade de Pesquisa em Vida Selvagem e Educação Ambiental (SPVS) Romulo Silva, autor da foto. O biólogo ressalta que a redução de áreas de floresta agrava a situação da espécie, que é muito sensível às intervenções humanas e raramente é encontrada na natureza. “O desmatamento da Floresta com Araucária persiste até hoje e contribui na redução das populações da espécie. Se nada for feito para garantir a proteção e recuperação das florestas, a espécie poderá ser extinta do ecossistema em um futuro próximo”, lembra Silva.
Área natural adotada
A fotografia foi feita na Fazenda Ribeirão das Pedras, durante um monitoramento da área realizado pela SPVS. A área de Floresta com Araucária da fazenda foi cadastrada pela ONG no Programa Desmatamento Evitado e, em 2012, apoiada pela concessionária Autopista Planalto Sul por meio de uma ação de compensação ambiental. A área está em processo de restauração de vegetação nativa desde então e protege espécies ameaçadas de extinção como o gavião-de-penacho e o papagaio-de-peito-roxo (Amazona vinacea).
O Programa Desmatamento Evitado é desenvolvido pela SPVS há 14 anos, identificando e cadastrando proprietários de áreas naturais em bom estado de conservação, com foco na Floresta com Araucária. O programa funciona como uma “ponte” entre esses proprietários e empresas interessadas em apoiar ações de conservação da natureza.
*Este artigo foi escrito pela equipe da Sociedade de Pesquisa em Vida Selvagem e Educação Ambiental – SPVS, parceira do Instituto GRPCOM no blog Giro Sustentável.
**Quer saber mais sobre cidadania, educação, cultura, responsabilidade social, sustentabilidade e terceiro setor? Acesse nosso site! Acompanhe o Instituto GRPCOM também no Facebook: InstitutoGrpcom, Twitter: @InstitutoGRPCOM e Instagram: instagram.com/institutogrpcom
Bolsonaro e aliados criticam indiciamento pela PF; esquerda pede punição por “ataques à democracia”
Quem são os indiciados pela Polícia Federal por tentativa de golpe de Estado
Bolsonaro indiciado, a Operação Contragolpe e o debate da anistia; ouça o podcast
Seis problemas jurídicos da operação “Contragolpe”
Inteligência americana pode ter colaborado com governo brasileiro em casos de censura no Brasil
Lula encontra brecha na catástrofe gaúcha e mira nas eleições de 2026
Barroso adota “política do pensamento” e reclama de liberdade de expressão na internet
Paulo Pimenta: O Salvador Apolítico das Enchentes no RS