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Compras Sustentáveis

Sustentabilidade, definitivamente, está na moda. É o Santo Graal que todos mencionam, qualquer que seja o cenário. Afinal, ser sustentável é bom para todos, pega bem em qualquer rodinha de conversa, ajuda na imagem de qualquer empresa. Mas, afinal, o que é ser sustentável? E como é que uma empresa faz para atingir tal condição?

 

Primeiro, vamos entender que “ser sustentável”, para uma empresa, é uma condição que exige uma abordagem ampla, que extrapola seus muros, estendendo-se aos seus clientes, seus fornecedores, seus colaboradores, enfim, a todas as chamadas “partes interessadas”. É necessário à empresa conhecer não só suas atividades e os efeitos delas decorrentes, como também as ações e efeitos em sua cadeia de fornecimento, já que essa relação comercial ocorre por demanda de quem compra e, portanto, este é responsável, em grande medida, por aquilo que adquire – inclusos, aí, os eventuais impactos gerados pela fabricação, transporte e comercialização deste produto. Assim, essa responsabilidade com as ações de terceiros se explica e se justifica, gerando uma necessidade de entendimento claro entre as partes, a fim de que as demandas do comprador sejam adequadamente entendidas para serem convenientemente atendidas.

 

Esse processo todo, encerrando um conjunto de requisitos de aquisição de bens ou serviços e uma prática de contratação e de monitoramento do desempenho do que foi adquirido, é, em grande parte, o que podemos chamar de “Compras Sustentáveis”. Obviamente, estipular tais requisitos não é tarefa banal, pois exige um amplo estudo sobre tudo que a empresa compra, a fim de saber quais os itens mais importantes para o negócio, quais os impactos econômicos, sociais e ambientais de cada produto adquirido e de que modo se pode minimizar tais impactos em cada processo de compra.

 

Adicionalmente, essa empreitada pede um relacionamento mais amiúde com a cadeia de fornecimento, de modo que esta entenda o propósito da iniciativa de sustentabilidade do comprador e se engaje na causa, espraiando-a na sua cadeia de fornecedores. Ou seja, ter um fornecedor comprometido com a mesma causa é o modo mais eficaz e seguro de se gerar uma cadeia de fornecimento também sustentável. As dificuldades, além da óbvia carência de informações sobre os efetivos impactos de bens ou serviços, vão à pouca disponibilidade de fornecedores capazes de responder rapidamente às demandas por produtos alinhados com as premissas da sustentabilidade, passando por quadros profissionais cada vez mais enxutos que, assoberbados, têm pouca margem para assimilar e praticar esses conceitos, e, claro, por um ainda baixo reconhecimento da sociedade das práticas sustentáveis exercidas por aquelas empresas que trilham esse caminho. Não são poucas e seus resultados são bons, como atestam os diversos relatórios de sustentabilidade publicados pelas organizações que desenvolveram suas iniciativas.

 

 

*Artigo escrito por Rômulo Viel, Eng. Químico, especialista em sustentabilidade e colaborador da Unilivre.

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