Conservação ambiental também se faz com atitudes simples

“Seja você o início da mudança que deseja ver no mundo”. Esta frase de Mahatma Gandhi nos coloca diante da perspectiva de provocarmos mudança e, como educadores, desafia nossa capacidade de propor estratégias que possam fazer diferença no contexto social. Não há fórmulas mágicas ou prontas, mas alguns ensaios que podem nortear diversas ações.

Na Universidade Tuiuti do Paraná, por exemplo, temos obtido certo êxito em trabalhos que envolvem diversas ações. Uma delas é a reutilização de copos descartáveis para produção de mudas. A parceria com a cantina do campus Barigui funciona de maneira simples: os copos provenientes de bebidas consumidas na cantina são recolhidos, lavados e perfurados pelos alunos monitores e estagiários, que os transformam em porta-mudas.

Utilizamos também o conhecido “lixo das podas de jardins”, material rico em mudas de plantas em ótimo estado, e que serve para a composição de novas floreiras e jardins. Adquirimos substratos comerciais que são misturados ao solo empobrecido, sementes e mudas diversas são coletadas em ruas, praças, quintais ou mesmo doadas por alunos e comunidade.

O “canteiro didático” foi criado quase que totalmente a partir de mudas resgatadas. Também conseguimos doações de garrafas pet, vasos, lavatórios e toda sorte de recipientes que podem ainda acomodar plantas. É impressionante observar as combinações possíveis entre plantas e potes “restaurados”!

Para ilustrar, há dois anos foi possível produzir cerca de 700 mudas de pitangueira (Eugenia uniflora), com sementes que foram literalmente “varridas” da minha calçada e levadas para universidade! Parte dessas mudas foi doada em campanhas educativas nos campus e na Praça Ouvidor Pardinho, em Curitiba, durante a Semana de Promoção Humana. Outras mudas foram empregadas em projetos de horticultura em escolas públicas ou particulares.

Sempre há questões a serem resolvidas, que ora nos desanimam, ora nos motivam. Mas a médio e longo prazo estamos “semeando” e tentando fazer nossa parte da melhor maneira…

Artigo escrito por Aurea Portes Ferriani, bióloga, especialista em Educação Ambiental e Biologia da Conservação e Manejo da Vida Selvagem, doutora em Agronomia e professora da Universidade Tuiuti do Paraná, instituição parceira do Instituto GRPCOM.

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