Decisões de qualidade dependem de boas informações e análise prévia de riscos. Na famosa cena do filme “A Escolha de Sofia” a mãe está diante de um trágico dilema: deveria escolher entre seu filho ou sua filha. O soldado nazista diz que se ela demorar muito ele mata todos, – Escolha!, ele grita, e então ela faz sua escolha. Será que essa decisão crítica poderia ter sido evitada?
Guardadas as devidas proporções, de alguma forma essa história ainda se repete. A Pandemia causada pela COVID-19 em 2020 traz escolhas muito difíceis: na empresa, no trabalho, na saúde, na família. A capacidade de avaliar riscos, decidir e antecipar momentos críticos tem feito a diferença entre líderes.
Diante desta crise mundial a ONU apresentou um relatório analítico colocando em cheque o atingimento das metas dos ODS (Objetivos de Desenvolvimento Sustentável) para 2030. O Brasil, com sua histórica desigualdade socioeconômica, ficará numa situação de maior vulnerabilidade se não responder adequadamente à crise. Crenças pessoais provam não serem boas conselheiras.
Os principais riscos e impactos sobre os ODS foram assim descritos pela ONU: 1
1Impactos: projeção conforme os indicadores avaliados. https://www.sdgindex.org/ e https://unstats.un.org/sdgs
A solução para esta crise passa pelos ODS. Considerando seus “Cinco P’s,” a COVID-19 mostra-se capaz de afetar profundamente a vida das Pessoas e Planeta, assim como o desejo de Prosperidade com sustentabilidade. Coloca os esforços pela Paz em risco e demonstra que Parcerias locais ou globais ainda são frágeis e dependem do fortalecimento de uma agenda global comunitária.
No Brasil, em todos os setores a pandemia tem revelado onde estão as maiores fragilidades e oportunidades diante deste momento de difíceis decisões. O “Mundo VUCA” faz todo sentido em um contexto cada vez mais repleto de volatilidade, incertezas, complexidade e ambiguidades.
A superação exigirá o fortalecimento da visão estratégica, sistêmica e de cooperação internacional pelos ODS. Dependerá de articulação local e global, com o desenvolvimento de politicas intersetoriais eficazes e, sobretudo, diálogo: isolados e sem cooperação global jamais atingiremos as metas desejadas.
*Artigo escrito Gustavo Brandão da Mentoris e integrante do Conselho Paranaense de Cidadania Empresarial (CPCE). O CPCE é colaborador voluntário do Blog Giro Sustentável da Gazeta do Povo.
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