Perguntada se prefere assistir televisão ou brincar, a criança responde: “assistir TV”.
– Não é brincadeira.
Pelo contrário: trata-se de uma rotina que dura, em média, segundo o IBGE, absurdas 4 horas, 51 minutos e 19 segundos.
Sim, quase 5 horas. Esse é o tempo que as crianças brasileiras passam diariamente assistindo TV – a maior audiência em todo o mundo. Uma concorrência absolutamente desleal em relação a, por exemplo, a interação familiar, entre pais e filhos, que geralmente acaba se dando à noite ou nos finais de semana, enquanto a publicidade da televisão conversa com as crianças todos os dias.
As crianças brasileiras sabem o nome do salgadinho industrializado, mas não diferenciam um pepino de uma abobrinha; conhecem os produtos pelas marcas, deixam de correr para não cair ou estragar os “saltos” novos, passam batom e querem namorar cedo, invejam jogadores e artistas e, ao invés de serem mães da boneca, agora se espelham nos brinquedos para escolher suas roupas e definir o corte de cabelo que utilizarão no próximo mês.
“Ele pede, eu compro e mesmo assim meu filho sempre quer mais”, dizem os pais. Eis a alma do negócio: 80% da influência de compra em uma casa vêm das crianças. Afinal, bastam apenas 30 segundos para uma marca influenciar uma criança. Daí a “importância” de se assistir TV – em aparelhos que hoje, nas casas brasileiras, ocupam lugar central, outrora reservado a imagens de Santos.
“Criança, a alma do negócio” – um documentário produzido por Marcos Nisti e dirigido por Estela Renner. Assista ao trailer:
Gostou? Foi só um aperitivo. Clique aqui para assistir ao filme inteiro.
– Quer saber mais sobre direitos humanos, sustentabilidade e terceiro setor? Acesse nosso site! Siga o Instituto RPC também no twitter.
Inteligência americana pode ter colaborado com governo brasileiro em casos de censura no Brasil
Lula encontra brecha na catástrofe gaúcha e mira nas eleições de 2026
Barroso adota “política do pensamento” e reclama de liberdade de expressão na internet
Paulo Pimenta: O Salvador Apolítico das Enchentes no RS