Eu comecei a escrever o que iria falar hoje há uns 2 meses e, ainda assim, toda semana acrescentava algo. Eu tenho um sério problema em conseguir me expressar em ‘palavras faladas’, por isso fiz questão de escrevê-las. Há uma frase, que eu não arrisco dizer o autor, que fala: “ninguém é tão grande que não possa aprender, nem tão pequeno que não seja capaz de ensinar”. Essa frase combina muito com o que penso. Acredito na vida como um constante aprendizado, tanto as coisas boas, como as ruins. Então, por todo lugar onde passo, costumo fazer algumas perguntas: o que eu trouxe, o que eu levo daqui e o que deixo aqui?
E o que eu trouxe para o Instituto? Não só tortas e bolos rsrs. Há dezessete meses, ao chegar aqui, confesso que eu não sabia o que esperar, eu entrei com a ideia de que era onde eu conseguiria dinheiro para pagar um cursinho no ano seguinte, mas de uma coisa eu tinha certeza, que daria meu melhor, ou ao menos tentaria, e se teve algo que eu trouxe, foi força de vontade, o desejo de me superar, a vontade de aprender.
E hoje, ao sair daqui o que eu vou levar? Fora a experiência e o aprendizado, posso dizer que levo uma família, um enorme carinho por tudo aqui, algo um tanto contraditório para mim. Quando cheguei, falava para a Catherine e para Amanda (ex-estagiárias do Instituto) que eu não queria me apegar às pessoas, pois sabia que logo iria embora e custei um pouco para me soltar, mas, bem que dizem, nunca diga nunca. Levando em consideração os últimos cinco anos, este foi o ano em que me senti feliz e realizada pela primeira vez, e tenho certeza que essa experiência contribuiu para isso. O Instituto tem um quê especial, um clima família sabe, isso explica o aperto no coração que estou sentindo hoje. E também levo recordações, a certeza de que a educação pode fazer a diferença, de que a união entre parceiros e instituições beneficia a todos, de que a felicidade surge internamente e que você doar um pouco de si, seja para quem está a sua volta ou para um desconhecido, te torna mais humano.
E o que eu deixo? Bom, essa resposta eu deixo para vocês, acredito que não há ninguém melhor para responder do que cada um que está aqui.
Mas se tem algo que eu espero ter deixado aqui, é a ideia de que pequenos gestos fazem toda a diferença, que são as pequenas gentilezas que tornam a vida melhor, principalmente quando são inesperados. E que talvez o que o mundo precisa é mais demonstrações de carinho, um pouco mais de doçura. Não estamos acostumados a agradecer as pessoas, talvez pela rotina de vê-las todo dia, mas quando estas se deparam com gentilezas as reações são as mais diversas. Espero que isso possa fazer parte da vida de vocês também. Ao fazer isso, perceberão que acaba retornando para si das maneiras mais surpreendentes. Eu só tenho a agradecer por tudo, pela oportunidade, pelo carinho que recebi, por terem compartilhado comigo momentos de alegria e outros nem tão alegres assim, e por me acolherem aqui.
Vou encerrar com uma frase de Fernando Pessoa, que gosto bastante: “o valor das coisas não está no tempo que elas duram, mas na intensidade com que acontecem. Por isso existem momentos inesquecíveis, coisas inexplicáveis e pessoas incomparáveis”.
*Artigo escrito por Paolla Bianca, ex-colaboradora (aprendiz) do Instituto GRPCOM em Curitiba.
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