A banalização de termos, principalmente daqueles ligados à área da saúde, não é novidade. A psiquiatria tem exemplos de sobra para contar. Bipolaridade, depressão e hiperatividade são apenas alguns dos que ficaram tão desgastados ao ponto de serem “diagnosticados” à la vonté, por qualquer leigo a qualquer pessoa. Essa popularização de termos poderia não ser um grande problema, não fossem os prejuízos causados a quem realmente sofre com tais doenças.
Um caso comum, utilizado muitas vezes como piada, é a TPM. Quem nunca ouviu a célebre “deve estar com TPM hoje” para justificar atitudes menos simpáticas de uma mulher? Apesar de já ter sido diagnosticada em pelos menos 50% das brasileiras, segundo dados da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, a síndrome da tensão pré-menstrual (TPM) continua tão banalizada na sociedade atual, que muitas mulheres ainda não se deram conta de que não é normal ter alterações bruscas de humor num período do mês. E de que não dá para se “casar” com a dita cuja, até que a menopausa que as separe.
É certo que ainda há muitas dúvidas sobre o assunto no campo da ciência. Algumas pesquisas já até divergiram sobre enquadramento da TPM como doença ou mito. Outras apontaram níveis diferentes de tensão pré-menstrual, tratamentos. E há ainda as que trouxeram nomenclaturas para quadros clínicos mais graves, como o Transtorno Disfórico Pré-Menstrual (TDPM), a TPM piorada.
Mas, o fato é que só por estar sendo pesquisado, o tema já deveria ganhar um tratamento melhor. Não por preciosismo feminino, mas porque a banalização alimenta o conhecimento raso e a pouca importância sobre o assunto. As grandes prejudicadas acabam sendo aquelas mulheres que deixam de ser diagnosticadas e tratadas, porque nem elas levam a sério suas mensais explosões de agressividade. O resultado é uma vida sem qualidade, que ultrapassa a mulher, refletindo nos relacionamentos familiares, sociais e profissionais.
É importante, portanto, buscar esclarecimentos para tentar resolver o que impede a sensação de bem estar. Para a TPM, por exemplo, há desde mecanismos que ajudam a combater os sintomas, como exercícios físicos e mudanças na alimentação, até tratamento com medicamentos específicos para cada grau da doença. Basta buscar informações, conversar com um médico e dar a verdadeira importância para a qualidade de vida.
*Artigo escrito por Christiane Kremer, colaboradora do Instituto GRPCOM em Curitiba
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