Analise o conjunto de afirmativas abaixo e identifique quais fazem parte da realidade da sua cidade:
Grupo A:
Na minha cidade, há mais crianças que adultos andando pelas ruas;
Na minha cidade, as crianças brincam juntas e andam de bicicleta pelas calçadas e parques;
Na minha cidade, as crianças vão a pé para a escola.
Grupo B:
Na minha cidade, há mais adultos que crianças andando pelas ruas;
Na minha cidade, não há crianças andando de bicicleta ou brincando em calçadas e parques;
Na minha cidade, os pais levam os filhos de carro para a escola.
E então, quais situações são mais frequentes em sua cidade?
Se forem as afirmativas do grupo “A”, temos uma ótima noticia: sua cidade está muito saudável! Se for do grupo “B”, infelizmente sua cidade está doente!
Segundo estudos, a quantidade de crianças nas ruas é um dos melhores indicadores de qualidade de vida de uma cidade, isso porque trazem informações sobre saúde, segurança e educação, itens centrais para definirmos qualidade de vida. Veja as explicações:
Saúde: meia hora de atividade física é o suficiente para uma criança afastar o risco de sofrer com doenças de gente grande: diabetes, câncer, doenças de coração. Criar condições de uma criança ir e voltar da escola fazendo algum tipo de exercício é uma ótima forma de economizar dinheiro publico com saúde.
Educação: Uma pesquisa divulgada este ano com 20.000 estudantes dinamarqueses entre 5 e 19 anos demonstrou que crianças que vão para a escola a pé ou de bicicleta têm uma capacidade bem maior de se concentrar na aula, e aprendem mais do que aqueles que vão de carro. A pesquisa revelou que 4 horas após o começo das aulas, os alunos que se exercitaram ainda estavam atentos e aprendendo. Em outra pesquisa, cientistas pediram a crianças que vão para a escola a pé, de bicicleta ou de carro para que elas desenhassem o bairro, e depois as entrevistaram. A conclusão foi que crianças que caminham ou pedalam tem habilidades cognitivas muito maiores: elas têm mais noção de espaço e desenvolvem mais suas capacidades sociais.
Segurança: se há crianças andando de bicicleta pelas ruas, praticamente não ocorrem acidentes, isso porque os seres humanos são geneticamente programados para tomar cuidado quando há crianças por perto e também porque crianças aumentam a quantidade de “olhos na rua”, ou seja, pessoas que ficam na entrada de casa olhando o movimento na calçada. Em tese, crianças ajudam muito a fazer com que haja vida comunitária!
Para resumir, cidades que se enquadram no grupo “B” têm maiores índices de obesidade infantil e gastam muito mais na cura do que na prevenção de doenças. São cidades mais violentas no transito e tem maior criminalidade.
Infelizmente ainda temos muitas cidades brasileiras que medem a qualidade de vida contando quantos veículos passam por determinada rua em uma hora. Quanto mais veículos, maior a “eficácia da via”. Ou seja: para os administradores urbanos, cidade boa é aquela onde as filas de carro não param jamais de passar, espalhando fumaça tóxica pelo espaço urbano e expulsando as crianças.
Uma dica para fechar o artigo: que tal exigir dos nossos prefeitos que eles adotem esta nova meta? Que contem a proporção de crianças no espaço público e que governem todos os dias com um objetivo central: aumentar essa proporção delas nas ruas. Simples assim.
*Artigo escrito por Elaine Tezza, colaboradora do Instituto GRPCOM em Foz do Iguaçu.
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