Em 1995, cinco anos antes de a lei do Jovem Aprendiz (10.097/2000) entrar em vigor, Renault Vieira e sua esposa Marília já pensavam em estreitar o “elo” entre jovens que queriam aprender um ofício e empregadores que buscavam profissionais dispostos a se qualificar. Com a formalização da lei da Aprendizagem, tudo ficou mais fácil. Renault não precisaria mais convencer empresários sobre os benefícios dessa modalidade de contratação, já que ela havia se tornado obrigatória para empresas de médio e grande porte.
“No início, houve resistência das empresas, porque era caro arcar com todos os encargos trabalhistas. Só que, com o passar do tempo, os empregadores foram percebendo o valor desses jovens como potenciais novos funcionários. Ficava mais “barato” e mais “vantajoso” contratar alguém que você já conhecia, com a formação que você desejava” – comenta Renault, fundador e diretor-executivo da ONG “Elo Apoio Social e Ambiental”, que já formou, desde então, mais de 5 mil jovens aprendizes.
O salto de desenvolvimento da Instituição, voltada para o atendimento desses jovens, com idade entre 14 e 21 anos, e renda familiar de até três salários mínimos, foi enorme a partir da lei. Afinal, a Elo rapidamente tornou-se uma das poucas organizações de Curitiba e da região metropolitana certificada e autorizada pelo Ministério do Trabalho para formar jovens aprendizes. Um diferencial que fez com que a Organização, em 2019, fosse reconhecida pelo 1º Prêmio Impulso de Boas Práticas do Terceiro Setor, do Instituto GRPCOM, nas categorias de gestão financeira e liderança.
Na ocasião, a Elo já mantinha a significativa taxa de contratação dos jovens aprendizes em torno de 30%, fruto da diversificada formação profissional e pessoal oferecida. Segundo Renault, além de conhecimentos técnicos, na ELO, eles também aprendem noções de ética, cidadania e responsabilidade social, por exemplo.
Durante a pandemia, esse índice de aproveitamento dos aprendizes foi reduzido a praticamente zero, haja vista que as empresas, simplesmente, pararam de contratar. Renault relembra que foi um dos períodos mais difíceis para a ELO, já que tiveram que “trocar o pneu com o carro andando”, tendo que adaptar suas aulas para o modo virtual.
“A maior dificuldade foi o lado social. Fazer com que esses jovens tivessem acesso a computadores em suas casas, estimulando-os a não desistir de seus estudos. No lado empresarial, também precisamos fazer ajustes, tornando todo nosso sistema de contratação e de controle de frequência digital. Foi um investimento que nós tivemos que implementar para continuar oferecendo oportunidades para esses jovens. Aos poucos, as empresas têm voltado a nos procurar e novas parcerias têm se formado. Estamos hoje na turma 240 e não pensamos em parar” – finaliza.
Quer saber mais sobre cidadania, educação, cultura, responsabilidade social, sustentabilidade e terceiro setor? Acesse nosso site! Acompanhe o Instituto GRPCOM também no Facebook e Instagram.
A festa da direita brasileira com a vitória de Trump: o que esperar a partir do resultado nos EUA
Trump volta à Casa Branca
Com Musk na “eficiência governamental”: os nomes que devem compor o novo secretariado de Trump
“Media Matters”: a última tentativa de censura contra conservadores antes da vitória de Trump
Inteligência americana pode ter colaborado com governo brasileiro em casos de censura no Brasil
Lula encontra brecha na catástrofe gaúcha e mira nas eleições de 2026
Barroso adota “política do pensamento” e reclama de liberdade de expressão na internet
Paulo Pimenta: O Salvador Apolítico das Enchentes no RS