Muita polêmica tem sido vista nos últimos dias acerca das provas do Enem. Tem gente dizendo que não tem culpa, outros têm colocado a culpa em terceiros… Apareceram até propostas para várias provas durante o ano. “O problema dele é seu gigantismo”, “o problema é sua tentativa de unificação”, “é um trem descarrilado e sem maquinista”; enfim, opiniões existem várias, problemas também. No entanto uma coisa em meio a todo esse barulho chama atenção.
Tem gente protestando. Há estudantes fazendo isso. A capacidade de mobilização estudantil é impressionante. E a forma de fazê-lo é bastante expressiva, narizes de palhaço dizem muito sobre o sentimento de cada um diante dos acontecimentos vivenciados. O mais interessante de tudo é que as provas erradas são apenas a ponta de um iceberg.
Por detrás de uma prova com erros, que será ou não refeita, está o sonho da juventude, a evolução do país, o desenvolvimento da sociedade. Ter pessoas bem preparadas é um interesse coletivo – ou pelo menos deveria ser. O maior problema, então, não é o erro na prova, é a falta de respeito de um sistema gigantesco, com grandes exigências e fortes promessas de qualidade. Lembrar que isso não está acontecendo pela primeira vez faz crescer ainda mais a percepção ruim da forma como é tratada a educação.
Se a educação é importante o suficiente para estar em todos os belos discursos e planos de governo, não pode ser tratada desta forma. Os prejuízos causados são enormes. É assim que a promessa de futuro, a educação, cumpre seu papel? Qual o significado real da educação? E quanto a nós, como devemos nos posicionar? Qual o nosso papel?