A primeira quinzena do mês de janeiro foi marcada por fortes chuvas no litoral do Paraná, sobretudo nos municípios de Paranaguá e Antonina. O grande volume de precipitação atingiu números nunca antes vistos, superando 200 milímetros – volume que era esperado para todo o mês –, segundo registro do Sistema Meteorológico do Paraná (Simepar). A água provocou diversos pontos de alagamento, falta de energia elétrica e danificou casas. A Defesa Civil do Estado do Paraná estima que 11 mil pessoas foram prejudicadas pelas fortes chuvas.
Apesar de o mês de janeiro ser tradicionalmente marcado por um volume maior de chuvas, especialistas afirmam que os desastres provocados por fenômenos como as chuvas torrenciais podem ser minimizados com a presença de ambientes naturais preservados.
Segundo Marlon Prestes, responsável pelo Sistema de Informações Geográficas da Sociedade de Pesquisa em Vida Selvagem e Educação Ambiental (SPVS), “precisamos lembrar que as chuvas podem carregar as camadas mais superficiais de terra nua (desprotegidas de vegetação), promovendo o assoreamento, ou seja, o depósito desses sedimentos em nascentes e rios”. Marlon explica que “o processo de assoreamento pode aumentar a intensidade das enchentes, uma vez que torna maior e mais rápido o escoamento superficial da água da chuva”.
Natasha Choinski, responsável técnica de projetos da SPVS, destaca também que “a cobertura vegetal de florestas bem conservadas é a que melhor desempenha a tarefa de proteção para o solo, pois diminui a velocidade da enxurrada e facilita a infiltração da água no solo”. A vegetação evita ainda o processo de erosão e garante a manutenção dos lençóis freáticos, que funcionam como grandes reservatórios de água subterrâneos.
Desde 1999, a SPVS mantém duas reservas naturais em Antonina – a Reserva Guaricica e a Reserva das Águas. A instituição também apoia a gestão da Reserva Biológica (ReBio) Bom Jesus, que engloba regiões de Antonina, Paranaguá e Guaraqueçaba. Juntas, as áreas somam mais de 46 mil hectares conservados. Essas e outras Unidades de Conservação da região desempenham um importante papel na redução das consequências das tragédias naturais, além de serem essenciais para a manutenção e conservação da biodiversidade local.
*Artigo escrito pela equipe da OSC Sociedade de Pesquisa em Vida Selvagem e Educação Ambiental – SPVS, parceira do Instituto GRPCOM no blog Giro Sustentável.
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