Ler é a descoberta da criança enquanto sujeito histórico que compreende sua história, dos seus antepassados e que desta forma, conscientemente, ocupa lugar, espaço e tempo nessa construção de presente e futuro. A leitura liberta, empodera e promove a reflexão.
Paulo Freire, educador conhecido pelo seu excelente trabalho com a alfabetização, inspira e ensina professores de diferentes momentos sobre essa tarefa que não se resume apenas em códigos, pois a leitura de mundo precede a das palavras. O olhar voltado ao letramento e ao uso da leitura e da escrita na vida social oportuniza a apropriação de mundo e a percepção de tudo que acontece a sua volta.
Ao ler a criança entra em contato consigo mesma, busca em si experiências já vividas e almeja aquelas que ainda não viveu. Busca estabelecer relações entre o real e a ficção. Cria realidades paralelas, elabora desejos e vivência situações inusitadas empoderando-se de um repertório próprio que dará suporte às diversas situações que enfrentará na vida adulta. O ingresso na vida social exige um nível de letramento que se inicia já na infância e é semeado e cultivado pela escola. A habilidade de ler e escrever colabora para que a criança possa organizar seu pensamento e tomar seu lugar no mundo.
A criança, de forma natural e pueril, vivência suas descobertas de maneira singular. As informações chegam a ela e, elaboradas pelos cinco sentidos, transformam-se em sensações que são traduzidas gradativamente de uma linguagem pré-linguística à verbal. Diante dessa construção, a criança vai se posicionando no mundo, se deparando com diferentes possibilidades de aprendizagens e interações.
Ao educar e habilitar a criança para a sociedade e suas convenções é necessário ter cautela para não a silenciar, mas permitir que seja capaz de articular diversas formas de expressão nas relações que estabelecem consigo mesma e com o outro – essenciais à noção de experiência social.
Ao aprender a ler a criança é habilitada para o mundo. Além de palavras, avisos, ordens, instruções e textos de outros gêneros ela precisa ler aquilo que lhe é apresentado em seu contexto histórico-social. Para isso, deve estar atenta para perceber desigualdades e realidades, atuar de forma proativa diante dessas premissas, tomando para si também a responsabilidade de um mundo mais sustentável nas esferas social, ambiental e econômica.
Para a educação é fundamental alinharmos as ações da escola aos ODS – Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, reafirmando o compromisso, principalmente no tocante à meta 4- Educação de Qualidade. Promover a oportunidade de aprendizagem para todos oferecendo condições igualitárias para crescimento e participação na sociedade. Permitir que a criança desenvolva suas diferentes habilidades para aprender é não se distanciar de seus instintos sensoriais. É dar a ela a chance de integrar suas diversas sensações organizando-as e traduzindo- as em linguagem. Sujeitos que ocupem lugares sociais delimitados e, desse modo, veiculem, por meio de suas falas, posturas e gestos, vozes sociais capazes de expressar a história socialmente produzida nesses contextos. O que se constitui como objeto do conhecimento, por sua vez, traduz a nossa história e as formas pelas quais representamos simbolicamente o mundo em que vivemos, a realidade tanto física quanto social.
Uma escola em que as dificuldades são aceitas, respeitadas e então superadas é uma escola que tem em sua missão a promoção da autonomia e que visa potencializar transformação sustentável na sociedade. Pois conhece sua relevância e percebe seu espaço como território de interação social onde cidadania é prática constante.
Artigo escrito por Larissa Gabriele Ogliari Thomazi e Clarissa Henriete Ogliari Bilek – profissionais da Escola Nilza Tartuce – Modalidade Educação Especial. A Escola Nilza Tartuce é membro do Conselho Paranaense de Cidadania Empresarial (CPCE), colaborador voluntário do Instituto GRPCOM no blog Giro Sustentável.
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