Dezesseis municípios envolvidos e mais de 600 mulheres atingidas. Até agora, estes foram os números contabilizados pelo projeto “Eu Quero Mais! de valorização da mulher e igualdade entre os sexos”. A proposta surgiu em 2015 e vem sendo desenvolvida por voluntários e parceiros do Núcleo Regional dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentáveis – Nós podemos Campos Gerais.
“A primeira fase da proposta está praticamente concluída, mas há muito a desenvolver em prol do empoderamento feminino, não só na região dos Campos Gerais, mas no mundo todo”, avalia uma das coordenadoras do ‘Eu Quero Mais!’, a assessora de comunicação da Associação dos Municípios dos Campos Gerais (AMCG), entidade âncora do movimento na região, Luciane Rosas Rodrigues.
O projeto surgiu da necessidade global de envolver mais ativamente as mulheres na sociedade, e de elas fazerem valer os seus direitos. Na região, os dados comprovam essa desigualdade seja no mercado de trabalho, na diferença salarial ou na política. “Ao montar o projeto percebemos as diferenças nos números. Mas a partir do momento que iniciamos a proposta nos municípios dos Campos Gerais percebemos que a desigualdade vai muito além”, aponta Luciane.
A desigualdade apontada pela coordenadora se refere a particularidade dos grupos escolhidos para receber a primeira etapa da proposta, que é um círculo de diálogos desenvolvido pelo Serviço Social da Indústria (Sesi) onde as mulheres são estimuladas a falar sobre seus desejos, e sonhos. Os grupos são em sua maioria compostos por mulheres de baixa renda, donas de casa e com escolaridade baixa.
“Além de percebermos o que as estatísticas mostravam, vimos o quanto essas mulheres sofrem, somente por serem mulheres”, avalia a articuladora do Sesi e responsável pela aplicação dos Círculos de Diálogos do “Eu Quero Mais!”, Glaucia Wesselovicz. Mulheres acuadas, sem perspectivas e até violentadas, seja moral ou fisicamente.
“Por este motivo a primeira etapa que teve como proposta o “Despertar o Empreendedorismo”, focou muito no empoderamento feminino”, relatou Glaucia. Conforme a articuladora do Sesi, nas práticas do “Eu Quero Mais” é possível perceber o despertar de várias participantes, algumas que avaliavam não ter qualidades ou perspectivas. “Podemos nos alegrar e afirmar que conseguimos despertar o empoderamento”, exulta, disparando: “mostramos que se elas querem mais, elas podem mais”.
Etapas
A primeira etapa do projeto “Eu Quero Mais” atingiu 16 dos 19 municípios que compõe a AMCG. “Além de concluir com os três municípios restantes, temos outras ações como o acompanhamento dos grupos formados a partir do Círculo de Diálogos”, explica a assessora de comunicação da AMCG.
A partir dos Círculos de Diálogos, as mulheres participantes são convidadas a compor os Comitês Municipais de Valorização da Mulher. Estes iniciam as suas ações locais a partir dos sonhos apontados pelas próprias participantes, sejam eles para aumentar suas rendas ou mudar a realidade de seus municípios. “O acompanhamento do Núcleo ODS é para que esses Comitês deem seus primeiros passos e possam se empoderar de suas ideias e projetos”, explica Glaucia.
A proposta final do “Eu Quero Mais” é que a partir da implantação dos 19 Comitês Municipais, surja um Comitê Regional dos Campos Gerais de Valorização da Mulher. “Assim poderemos ampliar a participação dessas mulheres na sociedade e quem sabe propor políticas públicas para que as estatísticas sejam mais igualitárias na questão de gênero”, finaliza Luciane.
Saiba mais sobre a proposta aqui!
*Artigo escrito pela equipe do Movimento Nós Podemos Paraná, articulado pelo SESI PR, parceiro voluntário do blog Giro Sustentável.
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