ODS 16 – Paz, Justiça e Instituições Eficazes: Promover sociedades pacíficas e inclusivas para o desenvolvimento sustentável, proporcionar o acesso à justiça para todos e construir instituições eficazes, responsáveis e inclusivas a todos os níveis.
Na reunião governamental para avaliação dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio – ODM (os 8 objetivos para o período 2000 a 2015), percebeu-se que muitas metas não haviam sido atingidas.
A Agenda Pós-2015, com o estabelecimento dos ODS – Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (2015-2030), enfrenta uma série de questões não resolvidas herdadas dos ODM. Dentre elas, estão questões como: o crescimento da desigualdade social no mundo; a sustentabilidade social, econômica e ambiental (os ODM trataram o conceito de sustentabilidade basicamente no contexto ambiental); a inclusão da perspectiva / desagregação de gênero; o enfrentamento da discriminação racial, étnica, por orientação sexual e identidade de gênero; os desafios da juventude; a inclusão das pessoas com deficiência. E mais recentemente, a crise migratória.
Um tema que permeia todos os demais é a construção de um sistema de promoção de desenvolvimento sustentável mais abrangente, justo e equitativo, que envolva compromissos e responsabilidades de todos os países desenvolvidos e em desenvolvimento. Esse desafio requer uma lógica de aprendizado contínuo. As organizações do terceiro setor são diretamente responsáveis por isso.
Mudança de atitude
Ao longo de décadas observamos que mudanças atitudinais são cada vez mais estratégicas para a transformação social, política e econômica que levem à justiça. Uma cultura de paz se desenvolve com propostas de transformação cultural (comportamental) a partir das pessoas e depois, de seus grupos. As organizações são meios e não fins, assim como governos. Para isso exige-se a utilização do recurso mais perecível de todos: o tempo dedicado ao aprender, tanto quanto ao fazer. Qualquer ação sem reflexão é tempo perdido. O tempo perdido no âmbito individual tem consequências nas estruturas sociais.
Uma mudança de comportamento pode atravessar gerações. Mudar de atitude não é como ligar ou desligar uma tomada, mas é uma transformação de hábito lenta, gradual e progressiva. Exige consciência do que se está fazendo nas duas pontas da ação: de quem executa o projeto e de seu beneficiário. Pessoas transformam sociedades, e não o contrário. Quando um grupo de pessoas se organiza para fazer alguma coisa resultados são alcançados, mas geralmente é apenas ativismo. Se não possuírem real consciência do seu ‘fazer’, os efeitos não serão duradouros. As evidências aí estão na sociedade: muito ativismo, pouca transformação, avanços e recuos constantes.
Pessoas em geral mudam movidas por três motivos: interesses, coerção ou conversão – e por ‘conversão’ me refiro a mudanças íntimas e verdadeiras de estado de consciência e conduta, seja na esfera religiosa ou em qualquer outra. Conversão tem um efeito prático: mudança de comportamento. Estar convencido é diferente de estar convertido. Este terceiro motivo é o mais eficiente, mas é também o mais longo, pois exige um processo de educação que vai muito além da compreensão de conceitos, execução correta de fórmulas e alcance de metas.
Os verdadeiros indicadores sociais trabalham com mudança de comportamento, e não apenas resultados de número de beneficiários ou atendimentos.
O que tenho aprendido?
Passei boa parte de minha vida acompanhando as instituições, seus projetos e observando pessoas. Ferramentas e técnicas de projetos podem ser aprendidas e aplicadas. Metas são alcançadas. Porém, pessoas precisam ser transformadas.
Percebo que quando projetos avançam em conquistas para a paz as coisas em seguida parecem retroceder. O que fazer? Entendo que precisamos de histórias e exemplos que inspirem a transformação de consciência e promovam o real protagonismo. O Terceiro Setor precisa aprender a SER antes de desejar ensinar a sociedade a AGIR para a transformação desejada. Cada pessoa é um projeto em si.
Desta forma, tenho aprendido que as transformações duradouras passam por alguns estágios de consciência individual. Neste espaço dedicado ao Terceiro Setor, gostaria de destacar algumas lições do caminho:
DESAFIOS E CAMINHOS
Pensando nos ODS e o desejo de paz social, sempre podemos olhar para os anos passados e perceber que quando as mudanças sociais ocorreram foram mais devido a uma nova forma de consciência que amadureceu do que por algum programa ou política pública. Os temas de sustentabilidade, paz e justiça estão diretamente relacionados ao compromisso e às atitudes pessoais. Claro, depois as pessoas podem governar e agir em prol da sociedade.
Mudanças que geram impacto social positivo ocorrem a partir de cada um. Um novo olhar, um novo sentir, um novo agir. Mesmo que seja uma canção solitária, será autêntica. E isso é contagiante!
A responsabilidade social começa com a responsabilidade individual.
Feliz 2030!
*Artigo escrito por Gustavo Adolpho Leal Brandão, Consultor Especializado pela UFRJ para o Terceiro Setor, Certificado pelo PMD PRO – Project Management for Development, Empresário, Consultor na Una Consultoria Social, Coach e Consultor em Compliance pela Mentoris Ltda.
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