
Por Rulian Maftum
Você acha que com US$ 30 trilhões seria possível tornar este mundo um lugar melhor?
Um relatório da consultoria Accenture mostra que nos próximos 30 anos esse será o valor herdado pela geração millennial na América do Norte. A boa notícia para o planeta é que esta turma de futuros milionários e bilionários mostra muita vontade de colocar o benefício social/ambiental gerado por um negócio no mesmo nível do retorno financeiro.
A prova disso é o movimento dos maiores bancos de investimento do mundo que estão vendo que se não fizerem algo para obter mais propósito a partir do dinheiro que cuidam, vão perder os clientes da próxima geração para quem faça isso. Um exemplo é a iniciativa do Morgan Stanley que criou um canal chamado The US$ 30 trillion Challenge (O desafio dos US$ 30 trilhões, em uma tradução literal), para ajudar os millennials a gerarem mudanças no mundo a partir do patrimônio que possuem.
Outro sinal claro desta mudança é o boom de captação de fundos que investem em empresas com propósito. Eles estão conseguindo grana como nunca aconteceu antes. Aqui na região destaque para o movimento recente do Fundo Multilateral de Investimentos do BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento) que está discutindo se deve passar a fazer apenas aportes de impacto. Trata-se de um dos maiores investidores de capital da América Latina querendo carimbar seu dinheiro para iniciativas com propósito.
Mas essa história tem um lado que precisa de atenção, o risco de haver um social washing. Trocando em miúdos, uma prática adotada por algumas organizações e empresas espertinhas que querem apenas surfar no crescente e promissor mercado dos negócios de impacto. Eles criam produtos, histórias e investem pesado em marketing para dizer que são bacanas, quando na verdade é apenas maquiagem para enganar clientes e investidores.
O antídoto a este mal é tornar o conceito de impacto social mais concreto e conhecido. Como medir e demonstrar o impacto? Como comunicar isso de forma eficiente? Como incentivar empreendedores com propósito a colocar suas ideias em prática? Enfim, é preciso criar um ecossistema de impacto consistente aqui no Brasil para evitar a ação dos aproveitadores.
Sem dúvida que estes trinta trilhões de dólares que serão herdados pela próxima geração daria para melhorar muita coisa. Por um lado, não dá para generalizar e dizer que todos estes jovens herdeiros são conscientes e querem colocar a grana em negócios que gerem impacto positivo. Por outro, é fato que, milionários ou não, está chegando por aí uma geração muito mais consciente em relação ao papel individual como terráqueo e como cidadão. E isso pode fazer com que, finalmente, a roda da fortuna gire em favor do planeta.
*Artigo escrito por Rulian Maftum, jornalista, escritor e provocador. Especialista e palestrante em inovação, cidadania e sustentabilidade. Há 11 anos produz conteúdos sobre estes temas para emissoras de rádio e portais de internet. É diretor de Projetos do Impact Hub Curitiba e Multiplicador do Sistema B e pai da Julie, de 2 anos. Rulian Maftum é colaborador voluntário do Blog Giro Sustentável.
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