• Carregando...
O evento que deveria interessar
| Foto:
AFP

O ano novo começou com a posse da primeira mulher eleita para a presidência da República Federativa do Brasil. O evento, que durou toda a tarde de sábado, foi transmitido em detalhes, em rede nacional, por diversos meios de comunicação – inclusive as principais emissoras de TV. A Globo, por exemplo, da qual a RPC TV é afiliada aqui no Paraná, mobilizou uma estrutura de Copa do Mundo, com mais de 200 profissionais, para poder reportar, ao vivo, todos os momentos da posse de Dilma Rousseff.

A estrutura foi de Copa do Mundo – mas a audiência, em geral, não. Nem é preciso consultar pesquisas para concluir que, apesar da transmissão em cadeia, muita gente nem deu bola para o evento – mesmo num sábado, feriado internacional, dia da confraternização universal!

Ok, a classe política pode até ser responsável pela falta de credibilidade que a população dá ao tema – basta ver o desinteresse registrado nas urnas este ano, quando 29,1 milhões de eleitores não foram às urnas votar no segundo turno, um índice recorde de 21,5% de abstenções – mas é uma pena que nem todos os brasileiros tenham se interessado em acompanhar a posse de Dilma.

Quem “se deu ao trabalho” de assistir as transmissões daquele primeiro dia de 2011, prestigiou um momento histórico da nossa democracia. Não passaram incólumes, é claro, a sempre onipresente presença de José Sarney, 26 anos depois de ele ter assumido a presidência no lugar de Tancredo Neves; a ausência de José Alencar, que seguiu internado em SP, lutando contra o câncer; a mulher de Michel Temer, 40 anos mais nova do que o vice-presidente e que movimentou o bate-papo nas redes sociais; e a “saia-justa” na fila dos chefes de estado, quando Hillary Clinton ficou justo à frente de Hugo Chávez para cumprimentar Dilma.

A festa da democracia, no entanto, não ficaria completa sem a participação, no mínimo à altura, de seus maiores protagonistas.

Dilma Roussef não só manteve a pose e o penteado mesmo sob a chuva ou diante das dezenas de beijos e abraços que foi obrigada a distribuir no Plenário da Câmara. A presidente foi altiva em seu discurso, ao estender a mão a quem não a apoiou durante as eleições e, também, ao dizer que não guarda rancor ou ressentimentos pelos tempos difíceis da ditadura. De quebra, ainda quebrou o protocolo e beijou a bandeira ao passar em revista às tropas.

Os outros dois personagens, praticamente inseparáveis, foram o ex-presidente Lula e o povo. O primeiro mostrou-se radiante por receber sua sucessora no fim da rampa do Palácio do Planalto e também na passagem da faixa. Já o povo, mesmo com a chuva, aglomerou-se para saudar a nova presidente e receber Lula, literalmente, de braços abertos.

Emocionante desfecho, promissor começo. Natural que seja assim, pois como a Copa, que costuma parar o país mesmo em dias úteis, esse tipo de evento só acontece a cada quatro anos.

– E porque o ano já começou (ao menos aqui para nós do Instituto GRPCOM), trabalhemos para que possamos construir, juntos, um país ainda mais cidadão. Vamos torcer pelos mandatos de Dilma, na presidência da República, e dos outros políticos eleitos – inclusive do nosso governador Beto Richa, recém-empossado no dia 1º de janeiro. Boa sorte a eles. E feliz 2011 a todos nós!!

Reuters

**Quer saber mais sobre cidadania, responsabilidade social, sustentabilidade e terceiro setor? Acesse nosso site! Siga o Instituto GRPCOM também no twitter.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]