Os EUA conseguiram baixar significativamente o nível das emissões de CO2 e chegaram ao menor nível em 20 anos. A causa é o uso de uma técnica de exploração de gás de xisto chamada “fraturamento hidráulico” ou “fracking”, em inglês. Esta tecnologia permite a extração de petróleo e gás natural em novos estratos. Os EUA são os grandes beneficiados pelo faturamento hidráulico e, assim, em poucos anos poderão se sustentar com autonomia e se tornarão o maior exportador de petróleo e gás natural do mundo.
Por um lado, este progresso tem um impacto positivo para o meio ambiente, já que os EUA estão mudando a produção de energia elétrica de carvão para gás natural. Dessa maneira, há uma ejeção menor do CO2 e um impacto menos negativo para o meio ambiente. Nos últimos cinco anos, principalmente em 2012, eles deixaram de depender do carvão de 50% em consumo para aproximadamente 30%.
Mas o “fracking” também tem seus problemas, entre eles a contaminação da água e a produção de metano. Além disso, o uso dele consiste na exploração das terras cujos produtos são combustíveis fósseis. Deste modo, o “fracking” não é uma solução para os problemas do ser humano em questão de preservar o meio ambiente e assegurar o fornecimento de energia. Em 50 anos as reservas irão acabar da mesma forma que o petróleo e o gás natural comum.
Assim, nas duas áreas mais importantes da inovação de sustentabilidade – produção de energia elétrica e mobilidade – há um impacto muito negativo em progresso. No Brasil, 80% da demanda em energia é atendida pela energia hidráulica, mas nos EUA e na UE a maioria da demanda ainda é atendida pela energia produzida por combustíveis fósseis.
Neste contexto, há muitas pesquisas procurando meios alternativos para a produção de energia elétrica. Na UE, as energias solar e eólica tornaram-se assuntos importantes e vários parques eólicos foram construídos. A primeira causa para iniciar os investimentos de inovação foi o preço alto dos combustíveis fósseis. Porém, o preço menor dos combustíveis tornou as pesquisas e investimentos deste ramo inviáveis, sendo que os meios tradicionais de produzir energia elétrica ganharão uma nova força.
O mesmo irá acontecer com os meios alternativos para as técnicas de condução. Há inovação no ramo porque houve uma grande chance de carros elétricos e célula de combustível chegarem a um nível acessível e viável para o consumidor final e transporte público. No entanto, esta chance está diminuindo drasticamente com os preços da gasolina caindo nos EUA e na UE.
No final das contas o “fracking” vai garantir preços baixos de energia, mas infelizmente irá trazer um ônus de atraso de todas as inovações que dependem de um preço alto dos combustíveis fósseis.
*Artigo escrito por Christoph Giffey, membro da Associação Mensa Brasil.
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