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O lado bom da vida

Divulgação
A relação de Pat Jr. (Bradley Cooper) com seu pai (Robert de Niro) cresce na medida em que um se dispõe a compreender melhor o outro.

Assisti, finalmente, ao ótimo “O lado bom da vida” – filme que deu o Oscar deste ano à bela atriz Jennifer Lawrence. Digo que “finalmente” assisti porque muitos me recomendaram o filme, mas sempre que eu me programava pra ir, acabava não dando certo. Enfim, fui nesta sexta-feira e, porque o filme continuou ressoando em mim durante o final de semana, resolvi escrever aqui para ser mais um a recomendá-lo.

Eu poderia dizer que o nome do filme (no Brasil) já me fez refletir antes mesmo de começar a assisti-lo. Afinal, qual seria mesmo o lado bom da vida? Poderia dizer também que o filme é gostoso de assistir, daqueles que dão vontade de que não cheguem ao final. O roteiro é bacana e as interpretações de Bradley Cooper, Jennifer Lawrence e, como sempre, de Robert de Niro, são fantásticas.

Mas o que me faz escrever sobre este filme aqui, no Giro Sustentável, foi um pouco da “moral da história”. Estamos acostumados a julgar e rotular as pessoas e instituições – por suas competências, pelos seus antecedentes, por suas condições e estruturas administrativas e por seus status sociais. No mercado de trabalho, o profissional deve estar pronto e reunir todas as habilidades técnicas e comportamentais; no setor empresarial, as empresas e pessoas que prestam serviços e desenvolvem produtos praticamente não podem cometer falhas; e no terceiro setor, tem gente que generaliza todo um segmento em razão de uma minoria envolvida em corrupções e irregularidades.

São tantas as possibilidades, e estamos tão ocupados com nossos afazeres, que facilmente substituímos serviços, produtos, empresas, instituições e pessoas pelas soluções mais práticas e adequadas aos nossos padrões de agir e de enxergar o mundo. É mais simples seguir a lógica do descarte, ao invés de construir uma relação que possibilite à outra parte mostrar seu potencial.

O lado bom da vida, e isso o filme nos mostra, é que as aparências enganam. É importante que apuremos nossa sensibilidade para perceber que, às vezes, basta um empurrãozinho, um olhar diferente, ou um contato mais interessado e caridoso, para que pessoas – físicas e jurídicas! – possam demonstrar (e, em alguns casos, descobrir) seu valor.

*Artigo escrito por Rafael Finatti, colaborador do Instituto GRPCOM em Curitiba

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