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Existe uma eterna discussão dentro do ambiente empresarial para compreender de que forma as transformações em relação à sustentabilidade acontecem: Seria pelo interesse das empresas em contribuírem com o meio ambiente? Será que é devido aos grandes desastres naturais, escassez de recursos e mudanças climáticas? Será que é por uma pressão dos consumidores e da sociedade? Será que o mercado financeiro está indicando essa tendência? Já começo esse artigo dizendo que são muitas perguntas para poucas respostas. O importante é que falar de sustentabilidade empresarial hoje é parte da agenda das organizações e se tornou de certa forma mandatório nas rodas de conversa da gestão.
Não é de hoje que as empresas discutem a sustentabilidade. Desde os anos 90 com a definição do triple bottom line por John Elkington é que a dimensão econômica passou a caminhar de maneira conjunta com as temáticas de meio ambiente e social. Ainda o surgimento do Pacto Global nos anos 2000, aproximou as Nações Unidas às corporações, unindo os esforços feitos pelos governos com a agenda empresarial. Porém, considero que em 2015, com o lançamento dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável, é que chegamos a uma maturidade dessa conexão. A Agenda 2030, além de ter sido construída de forma mais colaborativa, inclui um panorama de oportunidades para que as empresas inovem em produtos e serviços que contribuam positivamente para o planeta, ao tempo que avançam também em prosperidade e ganhos financeiros.
Atualmente, a bola da vez são os critérios ESG. A sigla - que vem do inglês environmental, social and governance - apesar de ser de 2004 (em documento lançado pelo próprio Pacto Global), ganhou força nos últimos anos, ao traduzir a importância de se mensurar e avaliar essas dimensões dentro das empresas como a forma correta de se fazer negócios no “novo normal”. A pandemia ocasionada pelo Coronavírus evidenciou muitos dos problemas socioeconômicos que vivenciamos, e aliada a urgência climática, colaborou para acender um alerta no mercado financeiro, ao perceberem que ignorar princípios de sustentabilidade nas empresas, se tornou um risco de investimento – ou seja, quem não abraçar essa agenda está fora do jogo.
Aqui novamente falamos de oportunidades. Os critérios ESG estão completamente alinhados aos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável, afinal de contas a Agenda 2030 busca criar um ambiente ideal para que todos possam prosperar. É impossível uma empresa existir em um planeta destruído, com pouco desenvolvimento socioeconômico, pobreza extrema, falta de acesso a educação e saneamento básico. Por outro lado, não conseguiremos atingir as metas dos ODS sem o investimento privado e atuação das empresas que cada vez mais, especialmente por pressão da sociedade, precisam ser protagonistas na construção de soluções. Chegou a hora de unir esforços e conectar as discussões. É impossível falar dos ODS sem falar de ESG e vice versa. Precisamos unir esforços para de uma vez por todas virar a chave para construir o planeta que queremos (e precisamos).
*Artigo escrito por Gustavo Fructuozo Loiola, mestre em Sustentabilidade e Governança Corporativa pelo ISAE/FGV, especialista em Administração e Negócios Internacionais pelo Uninter e graduado em Publicidade e Propaganda pela UFPR. Gustavo é Conselheiro do Conselho Paranaense de Cidadania Empresarial (CPCE).
O CPCE é parceiro Voluntário do Instituto GRPCOM no Blog Giro Sustentável.
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