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O Portal Administradores.com.br publicou no dia 09/01/2014 artigo de Diogo Andrasi sobre os maiores ensinamentos das empresas mais admiradas do mundo, com base na lista formulada pela empresa de consultoria global Hay Group.

Inspirados neste artigo, perguntamos: qual a relação desses ensinamentos com o Terceiro Setor?

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Atualmente, o Terceiro Setor possui uma atuação que ultrapassa e muito a barreira da simples filantropia, colocando-se em uma posição de ator transformador da sociedade. Portanto, não se pode mais admitir uma gestão amadora, ausente de profissionalismo, sob pena da organização sem fins lucrativos sucumbir em não cumprir sua missão institucional.

Utilizar o exemplo de gestão das empresas mais admiradas do mundo pode ser uma ótima tarefa de casa para repensar e melhorar a gestão de sua entidade. Vejamos:

1. Capacidade de execução: A missão institucional da entidade do Terceiro Setor é a sua “menina dos olhos”. Ou seja, o ideal de realização é a grande meta a ser alcançada diariamente, pois assim se justifica a sua existência. Todavia, não adianta grandes ideais, grandes sonhos, sem capacidade de realização.

A entidade do Terceiro Setor deve elaborar um planejamento estratégico e definir metas físicas e mobilizadoras de realização, definindo quais ferramentas deverá utilizar para tanto.  Por exemplo, uma entidade que presta serviços de saúde deve analisar os recursos financeiros e humanos disponíveis, qual sua capacidade de captação e otimização de recursos e quais ferramentas de administração estão disponíveis para execução. Assim, definem-se as metas quantitativas de atendimento, recursos dispendidos e qualidade a ser alcançada.

A definição de planejamento e metas no Terceiro Setor é muito similar ao das empresas do Segundo Setor, pois são itens essenciais para o rumo do negócio, seja ele com ou sem fins lucrativos. Agregue-se à realidade do Terceiro Setor, no entanto, a definição de metas sociais ou impactos sociais que apontarão o alcance da transformação social decorrente das atividades da organização, indicadoras da realização da sua missão institucional.

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2. Clareza e Coerência: Estas características permeiam desde a definição do planejamento e metas da instituição, como sua comunicação interna e externa com as partes envolvidas.  O planejamento deve ser claro tanto para os gestores como para os colaboradores da entidade, fixando metas coerentes tanto com o próprio planejamento como com a missão institucional da organização, pois sem coerência não há envolvimento.

Independentemente de ser uma entidade do Terceiro Setor ou uma empresa do Segundo Setor, não se admite o desenvolvimento de qualquer atividade sem a compreensão de qual é o objetivo de sua realização. As metas e os valores devem ser conhecidos, compreendidos e internalizados por todos os colaboradores, e na medida do possível por todas as partes envolvidas.

3. Fidelização do Cliente e Construção de Capital humano: Por fim, as métricas das empresas do Segundo Setor envolvem sempre os “clientes”. Fica então a dúvida: as entidades do Terceiro Setor possuem clientes? A resposta é sim! Numa visão macro, o cliente das organizações do Terceiro Setor é a sociedade. No entanto, mais especificamente podemos definir como clientes destas instituições aqueles que utilizam de alguma forma o serviço ou produto prestado ou entregue, o seu público-alvo. O paciente de um hospital administrado por uma entidade do terceiro setor é o cliente daquele serviço médico.

Ora, o cliente de um produto ou serviço de uma entidade do Terceiro Setor deve ser fidelizado da mesma forma que na empresa do Segundo Setor. Isso porque é ele que tornará a entidade sustentável e permitirá o cumprimento da sua missão institucional. Mas para alcançar esse objetivo, a entidade depende de uma equipe mergulhada na missão institucional. Nada é possível no Terceiro Setor sem um capital humano sensibilizado com seu papel na instituição e bem qualificado.

No segundo ou no Terceiro Setor, a gestão profissional com planejamento, metas e objetivos bem definidos e um excelente time de colaboradores, leva a empresa ou a entidade ao sucesso.  E no caso do Terceiro Setor, quem ganha é a sociedade!

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 *Artigo escrito por Felipe José Olivari do Carmo, advogado especialista em Direito Administrativo, sócio do escritório Marins de Souza Advogados, parceiro e colaborador voluntário do Instituto GRPCOM no blog Giro Sustentável.

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