A trilha sonora da entrevista virtual, gravada com o administrador de empresas Aurélio Aguiar, fundador da ONG Ajudei, que há oito anos trabalha em prol da causa animal, não poderia ser outra que não o latido de seus 16 cachorros (sendo sete próprios e nove em situação de “abrigo temporário” - ou “de passagem”, como prefere chamar). Parece muito para uma pessoa comum, mas para Aurélio, que já chegou a ter 40 animais em casa, os ruídos representam apenas uma leve “interferência” na conexão.
“Quando chego em casa, todos começam a latir e chorar. Tenho que cumprimentar um por um para que possam sossegar, é um amor incondicional. Temos vários exemplos de animais adotados que, mesmo cinco, seis anos depois, ainda nos reconhecem e nos lambem, agradecendo por tudo que fizemos por eles”, destaca Aurélio.
Desde 2014, Aurélio e sua esposa Rosicler já resgataram mais de 1500 animais em situação de abandono ou de maus tratos. Hoje, o “Ajudei” sobrevive graças à doação de pessoas físicas, campanhas de apadrinhamento e de um recém firmado termo de colaboração com a Prefeitura de Curitiba (que garante o custeio de alguns animais). Com isso, a ONG vem ganhando cada vez mais visibilidade no cenário do Terceiro Setor. Em novembro de 2022, o Projeto foi um dos vencedores da segunda edição do Prêmio Impulso de Boas Práticas, promovido pelo Instituto GRPCOM, na categoria “comunicação” e alcançou a segunda fase da premiação “Melhores ONGs”, ficando entre as 300 melhores do Brasil.
“Começamos a analisar o perfil do nosso voluntário e dos nossos seguidores nas redes sociais e percebemos que precisávamos mudar, nos modernizar, fortalecer nossa marca e presença digital. Assim, através da indicação do Programa Impulso, do Instituto GRPCOM, conseguimos um voluntário para fazer a alteração em nossa logo, mudamos a fonte, trabalhamos a paleta de cores do Ajudei, e os resultados começaram a aparecer. Nosso engajamento aumentou, o número de compartilhamentos multiplicou e todas as nossas campanhas, seja de apadrinhamento, de vacinação ou de venda de rifas passaram a ter um maior alcance”, reforça o fundador da ONG.
Os planos para o médio e longo prazo são ambiciosos. O “Projeto Ajudei” deseja tornar-se referência nacional na defesa da causa animal, auxiliando outras organizações da sociedade civil e protetores independentes. Além do resgate de animais, o projeto oferece cursos de capacitação gerencial, onde ensinam todo o processo de administração, controle de caixa, fluxo financeiro, gestão de espaço físico/capacidade instalada, marketing, além de fornecer apoio jurídico a outras ONGs.
“As pessoas que atuam voluntariamente com a nossa causa precisam se capacitar e saber o que fazer. Quando participo de eventos, costumo escutar: “ah, você é o cara que cata cachorro na rua”. E eu sempre digo que eu sou o cara que salva vidas. Aí começa o debate. Precisamos mudar essa visão. A nossa causa precisa ter conhecimento, gerenciamento. E é isso que eu desejo trabalhar com os mais de 10 mil protetores de Curitiba e região. Eu não me refiro necessariamente a uma profissionalização, mas sim a uma organização mínima, para que essas pessoas consigam desempenhar melhor suas atividades, conquistando a credibilidade da população e do poder público. Esse é o nosso sonho”, finaliza.
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