Impostos sobem, produtos essenciais ficam caros, contas regulares – como de luz e água – também estão elevadas. As famílias entram em cortes de despesas que afetam todos os sentidos, desde o passeio no final de semana, até aquele produto ou serviço banal para o consumo. O momento atual acaba tornando-se de muita cautela.
Os últimos acontecimentos com a troca do governo, a economia enxuta e passando por dificuldades, entre outros problemas que envolvem o país, acabam “estourando” sobre o orçamento familiar. O desemprego ronda constantemente as empresas, por isso a importância de não criar contas a longo prazo, pela incerteza de pagá-las. Com isso, o crédito dado pelas financeiras é menor.
O professor de finanças do ISAE, Pedro Salanek, coloca que o consumidor tem que estar atento às mudanças. “Entendo que precisamos ficar atento às variações de preços dos principais produtos. Pesquisar em diversos locais e avaliar a real necessidade de consumo deve fazer parte desse processo, mesmo se tratando de produtos básicos”, relata. Um grande vilão para o orçamento familiar é o cartão de crédito, que acaba tornando-se a fuga para estes momentos de aperto. Porém, os juros, que passam de 400% por ano, acabam levando grande parte do dinheiro, até porque apenas prorroga a conta. “Um risco do cartão de crédito são as compras parceladas feitas de forma descontrolada, sem um acompanhamento frequente do saldo da fatura. Recomendo estabelecer um limite máximo do valor da fatura mensal e quando ultrapassar este valor “esqueça” o seu cartão de crédito em casa… sua saúde financeira agradece”, mostra o professor.
Colocar suas contas todas na ponta do lápis auxiliam e muito na hora de realizar os pagamentos. Até porque é importante saber para onde o seu dinheiro está indo. Uma forma de economizar dinheiro é realizando pesquisas dos produtos que precisa comprar. Hoje, uma família com três pessoas não gasta menos de R$ 400 em um mercado, pois todos os produtos básicos acabaram subindo. Salanek aborda que acompanhar a variação dos preços e procurar outras marcas, auxilia o caixa. “É preciso fazer uma avaliação daquilo que é necessário comprar, além de um acompanhamento (pesquisas) da variação dos preços destes produtos. Procurar produtos que possuem maiores ofertas, em certos períodos, é uma boa forma de se estabelecer uma adaptação de consumo”.
Porém, é necessário que as famílias tenham esperança que as coisas irão melhorar. O Brasil já passou por outras crises, que acabaram com o tempo e a economia melhorou. Salanek reforça que a confiança é que o mercado precisa restabelecer, para que o consumo cresça e faça girar a economia. “Temos que ficar esperançosos e acreditar que em breve teremos uma melhoria. Tanto que, o primeiro passo, para a superação desse momento é a recuperação da confiança, o que é fundamental para que as empresas voltem a investir e assim reverter o quadro atual de queda de consumo e aumento do desemprego”, encerra.
O momento é de pé no freio e de muito planejamento para passar sem sofrimentos por este período. É preciso ter consciência das decisões tomadas e ser pontual em seus gastos, pois assim que a crise passar, o poder de consumo será maior, fazendo com que aquele gasto a mais seja realizado.
*Artigo escrito pela equipe do ISAE/FGV, publicado também na 39ª Edição da Revista Perspectiva. O ISAE/FGV é uma instituição parceira do Instituto GRPCOM.
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