Encontre matérias e conteúdos da Gazeta do Povo

Os sinais agônicos da natureza

EFE
Ondas atingem pier em Avon, na Carolina do Norte, durante chuvas provocadas pelo furacão Irene que atingiu os Estados Unidos no sábado (27).

Boa parte da comunidade científica trombeteia o apocalipse. As evidências de deterioração estão nos mais diversos pontos do planeta e soam como uivos agônicos.

Um estudo do Fundo Mundial para a Natureza (WWF) estima que o ser humano ultrapassou em 20% os limites de exploração que o planeta pode suportar sem ser degradado. A Terra já não nos aguenta mais. É a marcha da insensatez do homem deletério, consumista e hedonista.

Catástrofes naturais creditadas ao aquecimento global se ampliam assustadoramente (à razão de 20% ao ano). De fato, estão mais frequentes e intensos os furacões, tornados, tufões, secas, incêndios e inundações. Em 2005, por causa do efeito estufa, a Organização das Nações Unidas (ONU) catalogou 259 desastres provocados pela natureza injuriada, os quais levaram sofrimento a 154 milhões de pessoas. O que faz com que até os mais céticos comecem a crer na crise ambiental e seus efeitos.

Além disso, a Organização Meteorológica Mundial admite que 11 dos últimos 12 anos ocupam os primeiros lugares na lista dos anos mais quentes desde 1850. Incêndios florestais triplicaram e terras estorricadas por secas severas dobraram de área nas últimas três décadas. A escritora Rose Marie Muraro é didática: “Quando a Terra já estiver desertificada é que o ser humano vai aprender que não se come dinheiro”, afirma.

Nas últimas três décadas, o Ártico perdeu 1,4 milhão de quilômetros quadrados de cobertura de gelo, uma área equivalente a sete vezes a do estado do Paraná. Com certeza, nos próximos 30 anos, a perda será muito maior, uma vez que a natureza não responde de forma linear e sim, pesarosamente, de modo exponencial.

O derretimento do gelo dos polos, somado ao dos glaciares, enseja uma elevação de 3,3 milímetros por ano, no nível dos oceanos, o que representa o dobro do século passado. Além disso, os mares estão ficando mais ácidos e isso afeta a produção de micro-organismos e plânctons da base da cadeia alimentar de muitos seres vivos dos ecossistemas marinhos.

Kilimanjaro, o monte mais alto da África, perdeu 88% de sua cobertura de gelo, desde 1912. É irônico, pois na língua nativa da Tanzânia, o verbete kilimanjaro significa “o monte das neves eternas”. Aquele povo primitivo só não imaginava que o homem contemporâneo – que se autoproclama civilizado – pudesse subverter os sagrados ditames do tênue e milenar equilíbrio ambiental.

*Artigo escrito por Jacir Venturi, Vice-Presidente do Sinepe/PR, instituição parceira do Instituto GRPCOM.

**Quer saber mais sobre cidadania, responsabilidade social, sustentabilidade e terceiro setor? Acesse nosso site! Siga o Instituto GRPCOM também no twitter: @institutogrpcom.

Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Principais Manchetes

Receba nossas notícias NO CELULAR

WhatsappTelegram

WHATSAPP: As regras de privacidade dos grupos são definidas pelo WhatsApp. Ao entrar, seu número pode ser visto por outros integrantes do grupo.