O mês de fevereiro é marcado pela mobilização mundial em torno da conscientização do uso ético, responsável e seguro da internet. Esta ideia foi organizada em 2003 pela Rede INSAFE, rede que agrupa as organizações que trabalham na promoção do uso consciente da Internet nos países da União Europeia. No Brasil, esta mobilização é de responsabilidade da Safernet Brasil (http://www.safernet.org.br/site/) que desenvolve trabalho integrado ao Comitê Gestor de Internet no Brasil (CGI BR) e ao Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR (NIC BR).
A Rede INSAFE estabeleceu na segunda terça-feira do mês de fevereiro o ‘Dia mundial da Internet Segura’, ocasião que inicia, a cada ano, uma reflexão a partir de um tema norteador. Em 2016 o tema é: “Faça sua parte para uma internet mais positiva”.
Tornar uma ‘internet positiva’ depende do ‘uso positivo’ que se faz dela! Um uso que esteja pautado na solidariedade, no respeito, na compaixão, na paz, na justiça e em todos os atributos que contribuem para o alcance do Objetivo de Desenvolvimento Sustentável – ODS ‘16’: “Promover sociedades pacíficas e inclusivas para o desenvolvimento sustentável, proporcionar o acesso à justiça para todos e construir instituições eficazes, responsáveis e inclusivas em todos os níveis”.
Contribuir com a promoção da paz e da justiça a partir do uso ‘positivo’ da internet pressupõe a eliminação de qualquer tipo de violência, a qual tem sido potencializada com o ‘uso negativo da internet’, como exemplo: pedofilia e pornografia infantil online, sexting, ciberbullyng, entre outros formatos de violência.
Buscar mecanismos de alcançar o ODS 16 na perspectiva do ‘uso positivo da internet’ é desafiador, porque, enquanto usuários desta ferramenta, precisamos (re)aprender a utilizá-la para agregar valor humano e social em sua essência, e, principalmente, orientar as crianças e adolescentes do nosso tempo, para assim o fazer.
Contrariamente, se houver a preponderância da negligência e da omissão de avaliar a qualidade do uso da internet por crianças e adolescentes, e este tema não fazer parte do diálogo, principalmente, na família, na escola e na mídia, o esforço para ampliar o acesso e uso da internet pode se tornar inócuo em termos da promoção da paz, da não violência e da justiça. Porque tal negligência e omissão, por si só, já seria uma violência. Porque a criança e o adolescente, prioridade absoluta de direitos, precisa receber orientação para o uso positivo da internet.
Para superação de tal perspectiva, desfavorável ao alcance do ODS 16, faz-se necessário existir fóruns permanentes para reflexão sobre os impactos humanos e sociais da internet e ações educativas efetivas para o uso saudável e seguro desta ferramenta, de modo que possam contar com a liderança de agentes responsáveis pela mobilização e conscientização do ‘uso positivo da internet’.
Eis um desafio sem fronteiras!
*Artigo escrito por Cineiva Campoli Paulino Tono, mestre em Educação, doutora em Tecnologia, presidente do Instituto Tecnologia e Dignidade Humana e membro do Movimento Nós Podemos Paraná, articulado pelo SESI-PR e diversas instituições paranaenses, parceiro voluntário do blog Giro Sustentável.
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