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De forma geral, consideramos ética e moral como sinônimos. Porém, ética vem do grego ethos, significando estudo dos juízos referentes à conduta humana, seus valores como felicidade, virtude, justiça; enquanto moral, vinda do latim mores, surgida já na Idade Média, representa o conjunto de normas e costumes de uma sociedade, seus preceitos e comportamentos considerados adequados num momento histórico.

Assim, a moral muda ao longo dos tempos, enquanto espera-se certa perenidade dos conceitos éticos, todos mais ou menos definidos desde a mais remota antiguidade pelo preceito da reciprocidade, ou seja, “não faça aos outros aquilo que não quer que façam a você”.

Nestes tempos, em que a presença na mídia de casos diários de corrupção força a uma reflexão sobre a questão ética como orientadora de um indivíduo no caminho de sua realização pessoal ou profissional, desvios éticos e morais em mutação parecem minar os códigos de conduta, tanto em questões políticas quanto comportamentais.

Também, desde os gregos, conhecemos o conceito de inteligência astuciosa, definida como sagacidade, a capacidade de movimentar-se com sucesso em ambientes ambíguos, a arte do fingimento quando necessário, uma atenção vigilante, a capacidade de sair-se bem de qualquer situação; considerada sempre como imperativa apesar de sua ambivalência ética. Maquiavel a definiu bastante bem, no conjunto de artimanhas indispensáveis ao jogo político, nós a vemos hoje nos mais variados ambientes organizacionais. É este tipo de inteligência que provê argumentos para que os fins justifiquem os meios, para que nos vejamos sempre como casos especiais, como merecedores de mais – mais riqueza, mais alegrias, mais privilégios -, fazendo com que o balizamento se desloque do coletivo para o estritamente pessoal, favorecendo a corrupção.

E, evidentemente, a corrupção vai se tornar tanto mais exercida e aceita, quanto menor for a controle social, muito comum em sociedades permissivas onde o “levar vantagem em tudo” se estabeleça como regra de bem viver.  No país onde ainda impera para muitos a Lei de Gerson, a do “jeitinho”, fica difícil o fomento da responsabilidade ética, do comportamento solidário e do exercício da cidadania plena, aquela que tem embutida não apenas os direitos, mas também os deveres. Infelizmente são várias as formas e ambientes para se praticar a corrupção, desde grandes desvios, propinas, notas fiscais fantasmas, sonegação, superfaturamento, direcionamentos (cartas marcadas), propagandas enganosas, até os pequenos comportamentos como: suborno de guardas, falsificar documentos, fazer “gato” de instalações de luz, água, televisão a cabo, compra de produtos piratas, furar a fila, bater ponto de um colega, colar na prova, plágio, xerox de livros inteiros e muitas outras contravenções.

Na verdade, são os pequenos furtos e delitos que abrem precedentes à violação dos direitos dos outros; quando se pratica estes atos, os interesses comuns são prejudicados e a confiança mútua entre as pessoas fica fragilizada, entendendo que a confiança é um capital social fundamental para vivermos em sociedade.

Não é outro o motivo pelo qual o Pacto Global, definido pelas Organizações das Nações Unidas – ONU tem no seu décimo princípio o compromisso de combate à corrupção em todas as suas formas. O alerta é para que cada cidadão procure fazer uma autoavaliação sobre os seus comportamentos, buscando resgatar os valores morais para a formação de uma sociedade justa, economicamente viável e com o equilíbrio do meio ambiente, bases para o Desenvolvimento Sustentável.

Embora o sistema educacional brasileiro esteja enfrentando dificuldades em estabelecer a prevalência dos bons princípios e da visão coletiva, em detrimento do ganho estritamente pessoal, é indispensável pensar nas futuras gerações que herdarão nossas atitudes, defeitos e virtudes.

Assim, o auxílio de família e comunidade são fatores importantes na disseminação da necessidade de mudança de atitude. Mesmo em tempos de crise econômica, a preservação dos valores sociais e morais pode nos auxiliar na caminhada em direção a um mundo mais viável e solidário.

*Artigo escrito por Wanda Camargo, representante das Faculdades Integradas do Brasil (UniBrasil) no Núcleo de Instituições de Ensino Superior (NIES) do Conselho Paranaense de Cidadania Empresarial (CPCE) e Rosane Fontoura, coordenadora executiva do CPCE. O Conselho Paranaense de Cidadania Empresarial – CPCE é colaborador voluntário do blog Giro Sustentável.

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