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No último 5 de abril, completou-se um ano do início do projeto “Sou Cidadão”, em sua versão 2016/2017. Neste dia, há um ano, começávamos a atender as duas primeiras turmas de adolescentes em colégios públicos situados na regional Boa Vista, em Curitiba. 

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Temos a perspectiva de alcançar 12 grupos até o término do ano de 2017 e, a cada final de aplicação, como forma de experimentar na prática toda a teoria discutida e vivenciada em nossas oficinas, propomos uma atividade de conclusão onde os próprios adolescentes identificam, planejam, viabilizam e realizam uma ação de impacto social que julgam importante e necessária em prol de sua comunidade. 

Já vimos muitos resultados interessantes com grande envolvimento dos participantes. Bons exemplos desta prática foram as hortas comunitárias dentro do colégio, os coletores de bitucas de cigarro colocados estrategicamente em pontos de ônibus no bairro onde vivem esses adolescentes, as ações ocorridas na Rua XV de Novembro com a entrega de mensagens positivas aos transeuntes, a reforma de espaços na instituição ou no colégio onde eles estudam, e o preparo de lanches e suco para distribuição na Praça Rui Barbosa, aos moradores de rua.

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Porém, recentemente, enquanto me deslocava pela cidade para mais um dia de aplicação de oficinas, algo me aconteceu na rua o qual gostaria de compartilhar neste espaço. Ao caminhar distraído, fui abordado por um adolescente que havia participado da primeira turma, lá em 5 de abril de 2016. Dizia ele que atualmente estava participando do grêmio estudantil e, ao se lembrar das oficinas que realizamos juntos, pensou em me convidar a voltar ao colégio e levar a outros alunos a mesma oportunidade. Recebi esse convite com muita alegria e, por alguns minutos, me lembrei de quem ele era quando nos conhecemos naquela ocasião. 

Como de costume, durante o primeiro contato questionamos os adolescentes sobre o motivo de terem optado em participar desta que é uma atividade em contraturno, fora do horário habitual de suas aulas. Após algumas respostas de alguns membros do grupo, ouço dele que sinceramente estava ali por não ter outra atividade mais interessante a realizar e, ao invés de estar em casa fazendo nada, gostaria de conhecer o que estávamos nos propondo a oferecer. Sim! Uma das respostas mais sinceras e não tão otimistas que recebíamos no início daquela primeira turma. 

É verdade que falar de protagonismo e envolvimento político a adolescentes pode parecer complicado, porém ele é a prova de que esses temas podem tocá-los e despertá-los também. Hoje ele está envolvido politicamente em seu colégio e demonstrou acreditar que os benefícios advindos das reflexões e das vivências proporcionadas pelo nosso projeto deveriam ser estendidos a outros companheiros. 

Desde o início, acreditávamos estar realizando um trabalho com vistas a impactar as futuras gerações, talvez contribuindo para a formação de adultos mais conscientes de seus papéis como cidadão, porém nesse dia, esse adolescente me surpreendeu positivamente por sua postura atuante e sua preocupação com a comunidade estudantil a qual pertence. Pode parecer pequeno, mas nós do Centro de Ação Voluntária de Curitiba, realizadores do Projeto Sou Cidadão, vemos isso como uma prova de que valerá sempre a pena acreditar no impacto constante de nossas ações cada vez que nos propomos a promover reflexões, a empoderar determinados grupos sociais e a permitir que eles experimentem ser protagonistas da transformação que acreditam ser necessária.

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*Artigo escrito por Ronaldo Eugênio, gestor do Projeto Sou Cidadão do CAV – Centro de Ação Voluntária de Curitiba, instituição parceira do Instituto GRPCOM.

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