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O mundo celebra no próximo dia 5 de junho o Dia Mundial do Meio Ambiente o qual foi estabelecido durante a Assembléia Geral das Nações Unidas (ONU) em 1972 quando da realização da Conferência de Estocolmo sobre Ambiente Humano. A data foi pensada como um alerta sobre a obrigação que todos temos de cuidar do Meio Ambiente e quando se iniciou, efetivamente, uma mudança na forma como a humanidade passou a considerar questões relacionadas com o Meio Ambiente uma vez que até então havia uma forte tendência a pensar que os recursos naturais eram inesgotáveis.

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A cada ano a ONU define um tema diferente para o Dia Mundial do Meio Ambiente com o objetivo de estimular a consciência global sobre os cuidados com o Meio Ambiente e para promover a sensibilização sobre a necessidade de se resolver os graves problemas que ocorrem no Meio Ambiente pela intervenção ou não do ser humano chamando todos a se tornarem agentes ativos pelo desenvolvimento sustentável e perceberem as responsabilidades envolvidas.

“Acabe com a Poluição Plástica” é o tema do Dia Mundial do Meio Ambiente de 2018. O tema vem chamar a atenção dos governos, do setor privado e das pessoas em geral sobre a necessidade de se diminuir a enorme produção e o grande consumo de produtos confeccionados com plásticos que passam a gerar graves problemas na natureza.

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O termo plástico é destinado aos materiais que apresentam a característica da moldabilidade (mudança de forma física), sendo utilizado para identificar aqueles materiais que podem ser facilmente moldados por alterações de condições de pressão e calor, ou por reações químicas. Os plásticos são materiais orgânicos poliméricos sintéticos, de constituição macromolecular, sendo o petróleo a matéria prima geralmente utilizada para a produção dos mesmos.

O primeiro passo que levou à descoberta dos plásticos foi dado em 1839 quando do desenvolvimento da vulcanização. Em seguida, em 1846, criou-se o trinitrocelulose que devido ao seu poder altamente explosivo veio substituir como vantagens econômicas a pólvora. Depois foram desenvolvidos os celuloides (os primeiros materiais termoplásticos).

Mas, é em 1907 que se desenvolve a baquelite (uma resina sintética, quimicamente estável e resistente ao calor) sendo considerada o primeiro polímero realmente sintético e, efetivamente, o primeiro plástico. Após a Segunda Guerra Mundial são criados outros tipos de plástico como o vinil, o isopor, o poliestireno, e muitos outros, de forma que atualmente é apenas impossível pensar nosso mundo sem a extensa e, invariavelmente, necessária utilização dos plásticos em nossas vidas.

Porém, a despeito das inúmeras vantagens da utilização do plástico que revolucionou a Indústria, mudou nossas vidas e o mundo, hoje os materiais acumulados como resíduos constituídos de plástico superam de longe outros materiais artificiais e a metade dos produtos fabricados de plástico se torna resíduo após quatro anos ou menos de uso. Além do mais, a maioria dos plásticos não é biodegradável podendo permanecer na natureza por centenas de anos.

Evidências demonstram que desde 1950, quando se inicia a produção em larga escala dos materiais sintéticos, até 2015, foram produzidas 8,3 bilhões de toneladas métricas de plástico, sendo que deste total, espantosamente, cerca de 6,3 bilhões de toneladas se tornaram resíduos. Pior, ainda, é o fato que cerca de apenas 9% desse montante foi reciclado. No mesmo período, de 1950 até 2015, demonstra-se que a produção anual de plástico elevou-se de 2 milhões de toneladas métricas para 400 milhões de toneladas métricas; cabendo salientar que uma tonelada métrica equivale a 1.000 kg.

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É estimado que até 2050 sejam produzidas algo em torno de 34 bilhões de toneladas métricas de plástico das quais cerca de 12 a 13 bilhões de toneladas métricas de resíduos plásticos passarão a disputar espaço conosco no Meio Ambiente. Somente durante a última década a humanidade produziu mais plástico do que em todo o século passado. Mais da metade do plástico consumido pela humanidade é de uso único ou descartável e estimativas contabilizam perto de um trilhão de sacolas de plástico utilizadas por ano pelos homens.

Avalia-se a existência de cerca de um bilhão de peças flutuantes de plástico por quilômetro quadrado somente no Oceano Atlântico, sem contar que 70% do plástico nos oceanos está submerso. Outros estudos apontam que até 2050 existirá mais plástico no fundo mar do que peixes. Desnecessário observar que o descarte inapropriado na natureza de material plástico, principalmente o tóxico, causa problemas ambientais.

Muitos dos produtos de plásticos produzidos são constituídos de aditivos que são tóxicos tais como os plastificantes como ftalatos e adipatos que são adicionados aos plásticos para torná-los flexíveis para utilização em embalagens de alimentos, cosméticos, fármacos, dentre outras possibilidades. Mas, parte da composição destes plásticos (suspeitos de causar câncer) podem lixiviar (percolar, sair) para o produto embalado.

Então, ações são exigidas imediatamente para se gerenciar a produção e o descarte responsável e sustentável dos plásticos produzidos até que seja possível, talvez, descobrir material que possa ser amplamente utilizado no lugar do plástico e com menos impactos no Meio Ambiente.

Apenas continuar a reciclar e incinerar plásticos, como é usual, não constituem medidas suficientes tendo em vista o crescente aumento da produção. Assim, devem ser intensificados estudos e pesquisas para encontrar alternativas mais eficientes tanto de se produzir materiais utilizando plásticos como pensar previamente como se dará o eficiente descarte dos resíduos gerados e o Dia Mundial do Meio Ambiente chama estas novas descobertas.

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No Dia Mundial do meio Ambiente as Indústrias são chamadas, também e em particular, a levar em conta qual será o destino final da produção dos produtos que utilizam plástico, adotando, em especial, o que se consagrou denominar Economia Circular.

A Economia Circular tem por objetivo a instituição de mudanças de posicionamento quanto ao produzir ou consumir tomando por base quaisquer resíduos como matéria-prima para a produção de um novo produto. Também chamada de “cradle to cradle” (do berço ao berço), ou Indústria C2C, a Economia Circular não considera a possibilidade da existência de qualquer resíduo haja vista que continuamente “tudo” pode ser utilizado num novo ciclo de produção.

De outro lado, necessitamos, também, mudar hábitos para diminuir o impacto ambiental dos resíduos gerados pelo plástico. Novas escolhas mais sustentáveis devem ser realizadas para que possamos ajudar a garantir a saúde da Terra. Discussões sobre a poluição plástica devem permear a Sociedade e responsabilidades devem ser sempre chamadas. Um mundo sustentável depende de nós. Acabe com a Poluição Plástica.

 

* Artigo escrito por Carlos Magno Corrêa Dias, Professor, Pesquisador, Extensionista, Gestor, Conselheiro do Conselho das Mil Cabeças da CNTU, Coordenador do Núcleo de Instituições Ensino Superior do CPCE do Sistema Fiep, Editor-Chefe da Revista Entelechia Logicae, Editor-Chefe da Revista Systemata Cogitandi, Líder (Coordenador) do Grupo de Pesquisa em Lógica e Filosofia da Ciência (GPLFC), e Líder (Coordenador) do Grupo de Pesquisa em Desenvolvimento Tecnológico e Científico em Engenharia e na Indústria (GPDTCEI). O Professor Carlos Magno Corrêa Dias é colaborador voluntário do Blog Giro Sustentável.

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