As Revoluções Industriais sempre foram marcadas por conjunto de mudanças profundas, disruptivas (não evolutivas, que exigem novas alternativas), inovadoras, principalmente, nos processos de manufatura que geram aumento do valor na cadeia organizacional e ampliam a competitividade em todo o ciclo produtivo. Não esta sendo diferente na atual Quarta Revolução Industrial (ou Indústria 4.0).
O termo Indústria 4.0 surgiu na Alemanha, em 2011, quando o Governo Alemão objetivou dar um salto de inovação que promovesse mudanças tecnológicas para se alcançar grau disruptivo de digitalização da produção industrial nunca antes atingido. Semelhante estratégia se ampliou e atualmente engloba conjunto de tecnologias disruptivas que se espalham exponencialmente pelo mundo.
A Indústria 4.0 sinaliza a era da produção descentralizada na qual a utilização das tecnologias de interconectividade e a intensa análise de dados tem possibilitado a fusão dos mundos reais e virtuais na produção. É o mundo cyber-físico que conecta todas as etapas da cadeia produtiva dando origem às fábricas inteligentes nas quais a partir de uma cópia virtual do mundo físico são tomadas decisões operacionais a distância que se comunicam e cooperam entre si e com os humanos em tempo real.
Dentre as tecnologias disruptivas e inovadoras em evolução continuada na Indústria 4.0 podem ser destacadas as seguintes; quais sejam: Biotecnologia, Bitcoin, Blockchain, Impressão 3D, Internet das Coisas, Nanotecnologia, Realidade Aumentada, Robótica Avançada e Inteligência Artificial.
Assim observe que por intermédio da Biotecnologia é possibilitada a criação de respostas sustentáveis para a solução de problemas que o mundo enfrenta nos campos da saúde e da produção de alimentos. É estimado que por meio da Biotecnologia a Engenharia Genética de Plantas e de Animais venha promover a melhora da produtividade industrial e uma considerável diminuição do consumo de recursos naturais no futuro próximo.
De outro lado, é percebido que as moedas eletrônicas do tipo Bitcoin estão se disseminando para garantir maior rapidez, facilidade e segurança nas transações comerciais. Bitcoin é uma moeda virtual (ou digital) criada em 2009 do tipo criptomoeda produzida de forma descentralizada por milhares de computadores. Mais que uma moeda é, também, um protocolo e um software que possibilita transações instantâneas que não envolvem intermediários e pagamentos, não necessitando de um organismo administrador central e impossibilitando a manipulação de seu valor.
Cabe, também, observar que o Blockchain é considerado como a principal inovação tecnológica do Bitcoin uma vez que constitui o mecanismo de validação, de prova, de todas as transações de Bitcoin na rede. O Blockchain é uma base de registros e dados distribuídos e compartilhados cuja função é criar um índice global para todas as transações que ocorrem com o Bitcoin.
Mais próxima das pessoas tem-se a inovação da impressão 3D que, também, tem transformado a realidade presente e impõe a concepção de se produzir mais com menor desperdício. Combinado a modelagem digital com o processo de produção em camadas semelhante ao de uma impressora normal, a impressão 3D já é capaz de imprimir praticamente qualquer objeto. Com a impressão 3D é perspectivada, também, a elaboração de novos produtos ainda não existentes.
A Internet das Coisas é outra das tecnologias disruptivas que avança e que permite a comunicação autônoma entre máquinas e produtos por meio de sistemas que se conectam à Internet. Por meio da Internet das Coisas se obtêm a interconexão em tempo real entre fábricas, máquinas e até mesmo entre produtos independentemente da localização geográfica dos mesmos. A pretensão é que “tudo” seja conectado por meio de sensores embutidos em vestimentas, automóveis, alimentos, enfim, todo produto de forma a ser monitorado sempre com a menor interferência humana possível.
Quanto à Nanotecnologia cabe salientar que esta pode ser entendida como o conjunto de Tecnologias voltadas para a criação de dispositivos e materiais funcionais utilizados para o controle da matéria em escala nanométrica e que ampliam as possibilidades de soluções dado que a Nanotecnologia se apresenta como a capacidade tecnológica de gerar objetos físicos a partir do conhecimento e controle em nível atômico para alocar átomos e moléculas segundo as soluções que se almejam.
Simular novos ambientes, caminhos ou destinos a percorrer avaliando previamente riscos e possibilidades é um dos propósitos da Realidade Aumentada que chegou para ficar e que se amplia a cada dia. Encontra-se disponível, por exemplo, em óculos, computadores e laboratórios e por meio de recursos sonoros, gráficos e visuais consegue reproduzir cada vez mais e com maior precisão o mundo real para ampliação das possibilidades.
Outra importante inovação disruptiva que se impõe é a Robótica Avançada que cada vez mais é desenvolvida de forma a gerar máquinas compatíveis ou com o ser humano ou que permitam a melhoria de vida das pessoas mediante a utilização de sensores e sistemas computacionais sofisticados. O exemplo mais conhecido é o carro autônomo.
A Inteligência Artificial (IA), das inovações disruptivas atuais, é, possivelmente, a mais intensa e com maior diversidade por estar presente, acentuadamente, em diversas das tecnologias citadas anteriormente e que se ramifica, de forma exponencial, com o passar dos dias. Atualmente é encontrada em desenvolvimento e em uso de sistemas e máquinas (robôs) com a incrível capacidade de tomar decisões conforme a demanda. Máquinas aprendem, máquinas corrigem os problemas detectados das próprias máquinas, máquinas tomam decisões sozinhas e máquinas constroem máquinas.
Em decorrência do desenvolvimento veloz e complexo das tecnologias disruptivas em referência e de outras tantas que a cada dia surgem e continuarão a surgir na Quarta Revolução Industrial as quais implicarão total conexão, um novo mundo, portanto, já começou.
O futuro da Indústria 4.0 já é presente e as tecnologias disruptivas já transformam, efetivamente, o mundo como um todo, possibilitando uma vida melhor para as pessoas. O homem é chamado a dedicar sua vida e sua inteligência para desenvolver atividades mais nobres, criativas e muito mais complexas enquanto que as máquinas realizarão os trabalhos repetitivos e mais perigosos.
* Artigo escrito por Carlos Magno Corrêa Dias, Professor, Pesquisador e Extensionista na Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), Conselheiro do Conselho das Mil Cabeças da CNTU, Conselheiro do Conselho Paranaense de Cidadania Empresarial (CPCE) do Sistema FIEP e Líder (Coordenador) do Grupo de Pesquisa em Lógica e Filosofia da Ciência (GPLFC) da UTFPR/CNPq. O Professor Carlos Magno Corrêa Dias é colaborador voluntário do Blog Giro Sustentável.
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