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Diante de reformas educacionais, decretos, greves e ocupações, surge a pergunta: há algo novo na educação? Em pleno 2017, o que há de novo na educação? Não se trata de reinventar a roda, mas de olhar para ela a partir de outras perspectivas.  A edição de 2016 do Horizon Report da NMC aponta as tendências na educação para os próximos anos: a transição dos alunos de consumidores para criadores, o reforço do uso de abordagens de aprendizagem colaborativas, a mudança para abordagens de aprendizagem mais profundas, a remodelação dos espaços de aprendizagem, o repensar do funcionamento das escolas.

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Quando falamos de alunos consumidores para criadores é necessário refletir sobre como realizar isso. Certamente não faremos isso com uma educação baseada em aulas meramente expositivas, monótonas e destituídas de significado. Aliás, na área educacional muito se ouve falar sobre a necessidade de uma “aprendizagem que seja significativa”.  Em primeiro lugar, creio que temos que pensar que o “significativo” deve estar mais atrelado ao aluno, seu contexto de vida do que ao professor. Afinal, ele (o aluno) é o nosso foco e sua aprendizagem nosso maior objetivo. E o que é significativo para o aluno do terceiro milênio? Informação rápida, tempo de assimilação rápida, uso de recursos tecnológicos que propiciam acesso ao mundo de forma rápida… ou seja, velocidade e acesso ao mundo da  informação. Pois é, nossos alunos têm acesso a uma gama imensa de informações, o que nem sempre implica em aprendizagem de fato.

Aprendizagem significativa implica em se atentar para o que é significante para o aluno. O protagonismo é dele, o significado é dele, por consequência a aprendizagem é dele. Metodologias ativas nos conduzem para o movimento em sala de aula, para a construção de problematizações baseadas na relação entre conteúdo e prática.  E a colaboração nos lembra, constantemente, que é interessante estarmos uns com os outros, que na vida real as relações humanas nos fortalecem, nos enriquecem e nos provocam ao crescimento pessoal e profissional.

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O Relatório Delors, construído há duas décadas e no qual se discutia os rumos da educação para o século XXI propunha que deveríamos nos basear em quatro pilares: aprender a conhecer, aprender a fazer, aprender a conviver e aprender a ser. Ou seja, pilares de uma educação integral e integradora de diferentes dimensões do universo da aprendizagem. Uma educação integral deveria promover situações nas quais o aluno pudesse aprender como buscar seu próprio conhecimento, aplicando esse conhecimento em seu cotidiano.

Voltemos à aprendizagem significativa. O mundo mais tecnológico, a imensa porta aberta para informações de diferentes áreas do conhecimento humano e a velocidade envolvida são elementos que, atualmente devem ser considerados pelos professores a partir de uma perspectiva de ensino com maior significado. Desse modo, o perfil do professor tradicional que fica parado em frente a carteiras enfileiradas já não faz muito sentido.

Assim, vejo como muito importante conhecer as mídias, as redes sociais, as chamadas metodologias ativas, as mágicas aulas invertidas, o ensino híbrido, ambientes virtuais… Mas acima de tudo, é preciso reconstruir crenças docentes e, por consequência, reformular, atualizar a prática docente. Os recursos estão disponíveis, metodologias diferenciadas também, e, atualmente, são muitas. A educação deve promover desenvolvimento, humanidade. O aluno não pode sair da sala de aula com a sensação de que nada se modificou. Informação na sala de aula do terceiro milênio deve virar transformação.

*Artigo escrito por Nelly Narcizo de Souza, doutora em Educação. É coordenadora da Pós-Graduação em Neuropsicologia Educacional e Desenvolvimento Infantil da Universidade Positivo, instituição associada ao Sindicato das Escolas Particulares do Paraná (Sinepe/PR). O SINEPE é colaborador voluntário do Instituto GRPCOM no blog Giro Sustentável.  

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