Estamos diante de um cenário de rápidas transformações globais. Porém, a maioria das instituições do terceiro Setor ainda pensa com modelos mentais do Século XX. Poucas organizações pensam estrategicamente com análise de tendências para os próximos dez anos, muito menos para daqui a trinta anos ou mais para o futuro. Temos alguns desafios que poderão contribuir para que as Organizações da Sociedade Civil – OSC continuem relevantes na sociedade em 2018 e adiante.
A seguir, apresentamos 12 tendências e projeções para o futuro.
A população do mundo deve atingir quase dez bilhões de pessoas em 2050, um crescimento de mais de 31% sobre os 7,5 bilhões atuais. O crescimento populacional, com todas as suas consequências, são desafios que já estão na agenda global.
Esta é a geração que nasceu a partir de 1998. Hoje eles representam 27% da população mundial e poderão ultrapassar a Geração Y em 2018. Habitam basicamente os países em desenvolvimento (Brasil entre eles), demandando novas formas de sociedade.
Hoje as pessoas com idade a partir de 60 anos representam 12,3% da população. Em 2050 representarão 22% ou mais. As pessoas estão vivendo mais e melhor. Projeto para esta faixa etária são cada vez mais estratégicos.
Até 2050 projeções indicam que a Índia ultrapassará a China e terá mais de 1,7 bilhões de habitantes. Estima-se que na Índia existam até 2 milhões de OSC, e na próxima década a filantropia online vá explodir no país, tornando a Índia uma nova fronteira para negócios sociais.
O Continente Africano terá sua população dobrada até 2050, atingindo 2,6 bilhões. Os desafios sociais e ambientais daquele continente avançarão se constituindo em oportunidades para iniciativas sociais, na área ambiental, educação, saúde, planejamento econômico e treinamento em gestão.
Em 2020, o número de pessoas usando a Internet ultrapassará a faixa dos 4 bilhões. OSCs deverão investir em tecnologias de comunicação, desenvolvimento de projetos e acesso à rede.
A Geração Z se caracterizará cada vez mais pelo uso de novas e flexíveis tecnologias. Para ter acesso a estas pessoas uma forma de pensar e agir de maneira apropriada deverá acompanhar todas as evoluções tecnológicas, em todos os segmentos da sociedade.
Uma revolução em novos aplicativos para mensagens está acontecendo na Ásia, África, América Latina e Oriente Médio. Aplicativos como WhatsApp, WeChat e Line são cada vez mais populares. Apps de mensagem e networking poderão redefinir a necessidade de presença física de funcionários nas organizações.
Em 2044 a população branca nos Estados Unidos já será minoria. Pode parecer um dado sem maior importância para nós, mas políticas sociais e econômicas terão no médio e longo prazo sérias mudanças. Como boa parte da Filantropia é baseada na A. do Norte, espera-se igualmente algum impacto nas políticas ao redor do mundo.
Até 2050 a religião islâmica, principalmente devido a fatores biológicos (nascimentos), terá praticamente se igualado à população cristã. Isto indica que projetos focados no islamismo, diversidade cultural e religiosa serão muito importantes.
Cerca de 45% dos doadores estarão doando para organizações situadas fora de seus países de origem. As organizações devem repensar suas estratégias de uma maneira muito mais global e eficiente. Isto implicará, em muitos casos, uma plataforma do tipo 24 x 7: 24horas no ar, 7 dias por semana.
Até a década de 1990, cerca de 80% do conteúdo da Web era em inglês. No futuro próximo, 10 línguas dominarão 82% dos conteúdos. As instituições devem pensar em diferentes públicos e etnias, sob o risco de terem suas estratégias limitadas por barreiras de linguagem. As cinco maiores línguas faladas na web-internet são: Inglês, Chinês, Espanhol, Árabe e Português.
A superação dos desafios para o Terceiro Setor no Brasil está diretamente relacionada à capacidade de sua liderança de entender a conjuntura nacional e se organizar para que sua visão também possa ir além de suas fronteiras. Fazer parte do mundo daqui a 50 anos ou mais dependerá essencialmente da inovação do pensamento.
*Artigo escrito por Gustavo Adolpho Leal Brandão, consultor especializado pela UFRJ para o Terceiro Setor, Certificado pelo PMD PRO – Project Management for Development, Empresário, Consultor na Una Consultoria, Coach e Consultor em Compliance pela Mentoris Educação e Desenvolvimento.
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