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Tomando decisões em momentos de crise

A tarde descia quente e úmida. Após três horas caminhando sem encontrar uma saída, sabia que teria que tomar uma decisão. Perdido no meio de uma reserva na floresta amazônica, a noite que se aproximava trazia, mais do que a falta de luz, sérios perigos para quem andava sozinho. A reserva onde me encontrava era quadrada, como um “dente de mata” avançando em uma pastagem. Possuía três lados para áreas de capim e um lado que ia direto para a mata fechada.

Como fui parar nessa situação? Retornando de uma linha de redes para captura e anilhamento de aves, fui distraído por um grupo de macacos que fugia de um gavião que os caçava. Acompanhando o jogo predador-presa, acabei me distanciando da trilha principal. Quando tentei retornar não a encontrei mais. Depois de algumas tentativas, dei conta de minha situação: perdido.

Nas horas de crise, algumas estratégias podem significar a diferença entre “vida ou morte”, seja a sua ou a de sua instituição. Nessas horas alguns princípios podem ajudar:

    Depois de mais de duas horas de caminhada, a estratégia deu certo. Acabei saindo da reserva pelo lado oposto que tinha entrado. Mas nessa caminhada fui deixando algumas fitas plásticas coloridas que carregava, amarrando-as num galho ou ramo indicando minha direção. Se por um acaso acabassem as fitas e eu não encontrasse a saída, escolheria um local para passar a noite e esperaria alguém me encontrar no dia seguinte, eventualmente seguindo a nova marcação que havia deixado.

    Crises surgem a toda hora. Muitas vezes, basta uma pequena distração para sair do foco, ou então um acidente institucional acontece. Normalmente quando ignoramos os sinais temos que arcar com penalidades. Saber manter normas e procedimentos é essencial para diminuir riscos. Tenha sempre um plano contingencial.

    Precisamos tomar decisões para resolver crises que nós mesmos criamos ou que foram criadas por terceiros. Problemas acontecem porque alguém tomou uma decisão errada em algum momento, mas você pode aprender a tomar decisões certas nos momentos de tensão, estando preparado para estas horas.

    Saber marcar seu caminho é igualmente estratégico e será um aprendizado para você e para outros evitarem cometer o mesmo erro depois. Acima de tudo, compartilhar fracassos é tão importante quanto celebrar sucessos: requer humildade, mas traz respeito, amadurecimento e sabedoria para enfrentar a próxima crise.

     

    *Artigo escrito por Gustavo Adolpho Leal Brandão, consultor especializado pela UFRJ para o Terceiro Setor, Certificado pelo PMD PRO – Project Management for Development, Empresário, Consultor na Una Consultoria, Coach e Consultor em Compliance pela Mentoris Educação e Desenvolvimento.

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