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Imagine um espaço integrado, sem paredes, salas ou grandes palcos. Foi nesse ambiente único e conectado por recursos multimídia que foi realizada a Conferência Ethos 360º, nos dias 24 e 25 de setembro, em São Paulo. O evento apostou na inovação tanto em sua estrutura como em seu formato e reuniu cerca de 1.100 lideranças empresariais, de governo e de outras organizações da sociedade.

Por meio de fones de ouvido, o público pode acompanhar até cinco palestras e mesas de discussões realizadas simultaneamente, trocando a frequência para o tema que mais lhe agradava. “Tão desafiador quanto a proposta foi o conceito do evento: a visão de 360º faz alusão à capacidade das pessoas mudarem a forma de ver os negócios, buscando um olhar integrado com a inovação para uma nova economia mais sustentável”, comentou Sergio Mindlin, fundador e presidente do Conselho Deliberativo do Instituto Ethos.

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Um corpo de 120 palestrantes e especialistas forneceram conhecimento de ponta sobre as principais tendências globais da sustentabilidade, compreendendo-as no contexto brasileiro. A edição deste ano contou também com palestrantes de peso, como Pavan Sukhdev, CEO da Gist Consultoria e autor do livro Corporação 2020, e também o inglês Cameron Hepburn, diretor do Programa de Economia para a Sustentabilidade do Institute for New Economic Thinking, da Universidade de Oxford, no Reino Unido.

Inovação, design thinking, direitos humanos, estratégia, big data, objetivos de desenvolvimento sustentável (ODS), consumo, liderança, reputação, futuro e novos mercados foram alguns dos tópicos abordados da Conferência. Todos os temas convergiam na abordagem da sustentabilidade como estratégia de negócios e diferencial competitivo para as empresas, e como fator propulsor para a modelagem de negócios. “É nosso papel atuar com vanguardismo e oferecer nova reflexão, propondo compromissos que servem como alicerces na consolidação de uma economia mais sustentável”, comentou Jorge Abrahão, diretor-presidente do Instituto Ethos.

Sustentabilidade e reputação corporativa

Não é de hoje que a gestão das marcas tem se mostrado uma maneira efetiva de mensuração do sharevalue empresarial. No segundo dia da Conferência Ethos 360º, o palestrante Nicolas Trad, diretor executivo do Reputation Institute, trouxe à tona outro conceito que tem se tornado cada vez mais relevante: a gestão dos valores intangíveis por meio da reputação. O conceito de reputação está ligado a longevidade da empresa, que passa certamente pelos eixos da sustentabilidade, marca, performance e entrega financeira, grandes desafios enfrentados hoje no meio corporativo.

Segundo Nicolas Trad, “a sustentabilidade das organizações caminha paralelamente com a gestão da reputação corporativa”. Ele comenta que as empresas que possuem maior indicador de reputação são também as que promovem a sustentabilidade de forma mais efetiva em seus negócios.

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Para zelar e defender pela reputação corporativa por meio da sustentabilidade é preciso gerenciar as expectativas dos stakeholders, lembra o especialista: “saber o que seu público espera da empresa em termos de sustentabilidade é imprescindível para tomar ações de investimentos nessa área.”

Leva-se anos para construir a reputação de uma empresa, e nesse caminho, alguns passos se tornam imprescindíveis, como atrelar os esforços em sustentabilidade com os resultados obtidos pela empresa, além de medir esse impacto com os stakeholders. “A reputação corporativa se faz, antes de tudo pela coerência entre as ações; falando e agindo de maneira sustentável por meio da ética transparência e governança”, conclui o especialista.

Objetivos de Desenvolvimento Sustentável – ODS

Enquanto o mundo ainda discute a passagem dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio – ODM para os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável – ODS, a Conferência Ethos deu um passo a frente e instigou os debates sobre a implementações dos objetivos na realidade empresarial. O painel com o tema “Oportunidades para o setor privado na implementação dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável”, contou com a presença de profissionais que estão à frente dos debates mundiais: Climène Koechlin, Diretora do World Forum Lille; Gilberto Carvalho, ministro-chefe da Secretaria Geral da Presidência da República; Jorge Abrahão, diretor-presidente do Instituto Ethos; Layla Saad, deputy director do PNUD/World Centre for Sustainable Development; Mario Mottin, coordenador-geral para desenvolvimento sustentável do Ministério das Relações Exteriores; Renata Welinski da Silva Seabra, secretária-executiva da Rede Brasileira do Pacto Global; Victor Viñuales, cofundador e diretor do ECODES (Espanha).

Além de diretrizes para o empresariado brasileiro, os palestrantes apresentaram o posicionamento do governo frente aos desafios da implementação dos ODS. “O governo brasileiro, junto com 27 Ministérios, desenvolveu um documento, disponível no website do Itamaraty, com orientações aos negociadores brasileiros nas discussões do Grupo de Trabalho Aberto sobre Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (GTA-ODS), constituído no âmbito da Assembleia-Geral das Nações Unidas. O Brasil é o segundo país no mundo a desenvolver e divulgar seu posicionamento frente aos ODS”, explicou Mario Mottin.

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*Artigo escrito pela equipe do ISAE/FGV, publicado também na 30ª Edição da Revista Perspectiva. O ISAE/FGV é uma instituição parceira do Instituto GRPCOM.

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