(Imagem: CAV)| Foto:
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Quando falamos de voluntariado invariavelmente pensamos em ações não remuneradas. Trabalhar de graça para alguma instituição sem fins lucrativos, para alguma comunidade. Fazer alguma “ação social” sem cobrar nada em troca. Reunir um grupo de amigos para realizar alguma boa ação de forma gratuita, etc.

Mas não. Voluntariado não é só isso. Muitas dessas ações podem até mesmo ser “pró Bono” e não voluntárias. Confundimos fazer de graça com fazer porque realmente queremos sem ter “nada” em troca.

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Falar de Voluntariado, acima de tudo, é falar de liberdade, de consciência, de escolha.

Voluntariado significa feito a partir da “vontade”, de forma espontânea. Em nosso organismo existem movimentos voluntários e involuntários. A batida de nosso coração, por exemplo, funciona de forma involuntária, ele bate quer nós queiramos ou não (para nossa sorte). Já o movimento de nossos braços, pernas, boca e outras partes do corpo dependem de nossa vontade, ou seja, são movimentos voluntários.

Assim sendo, será que encaramos o voluntariado como essa grande oportunidade de atuarmos a partir da nossa “vontade” de mudar o mundo?

Cada um de nós tem alguma causa pela qual acredita valer a pena lutar. Educação, saúde, meio ambiente, respeito e valorização dos idosos, o cuidado com a infância, a qualificação profissional, a inclusão dos deficientes físicos, as diferenças sociais, entre outras. Sempre temos alguma bandeira para levantar e muito o que criticar em cada uma dessas áreas e de tantas outras. E então surge a pergunta: o que estou fazendo com essa “vontade” de mudar o mundo? Estou focando meu “voluntariado” apenas em algumas atividades esporádicas?

É claro que ações pontuais, locais e formatadas podem trazer muitos resultados. Mas desde a hora em que levantamos da cama já podemos assumir um papel voluntário de transformação do ambiente em que vivemos. Como eu escolho cumprimentar as pessoas da minha casa, me comportar no trânsito, atuar profissionalmente e trabalhar por alguma causa, depende da minha “vontade”. Será que estou realmente consciente das minhas escolhas de atuação no mundo ou estou apenas no “automático” e só em minhas ações “sociais” penso de forma voluntária?

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Num futuro não muito distante, se continuarmos nesse dia a dia inconsciente, precisaremos de mais voluntários para “corrigir” nossos estragos e marcas que estamos deixando por aí.

Ser voluntário na transformação do mundo é um jeito de viver. É estar consciente de suas escolhas e de suas atitudes. É colocar sua “vontade” de fazer diferença em todas as suas ações e relações.

E aí, onde você está colocando sua “vontade” de mudar o mundo? Você é realmente “voluntário” nessa transformação?

*Alcione Andrade é voluntária do CAV – Centro de Ação Voluntária de Curitiba, instituição parceira do Instituto GRPCOM.

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