Em novembro de 2017, participei do Web Summit, um dos maiores eventos de inovação, tecnologia e empreendedorismo do mundo. Foram três dias de muito networking em um evento com mais de 60 mil participantes de 170 países, 1.200 palestrantes e mais de 2 mil startups que se espalharam em quatro pavilhões no Parque das Nações, em Lisboa.
Além dos conferencistas, durante todo o evento mais de 2 mil startups se revezaram nos pavilhões do Parque das Nações, fazendo seus pitchs. Das ideias mais surpreendentes às mais surreais, todas tiveram a oportunidade de mostrar suas propostas. Entre ideias disruptivas, aplicativos para resolver problemas ou simplesmente propostas que são tendências de consumo, um prêmio patrocinado pela Mercedes-Benz entregou 50 mil euros e acesso a um programa de aceleração para a melhor ideia: a Lifeina, uma startup francesa, que desenvolveu o Life in a Box, uma minigeladeira portátil para transportar medicamentos a determinada temperatura.
Faço um resumo rápido das principais tendências que pude acompanhar durante o Web Summit 2017:
INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL
A inteligência artificial foi um dos tópicos mais abordados em todo o Web Summit.Desde a presença de Sophia, a primeira cidadã-robô do mundo, em um debate com o robô de Albert Einstein, passando por alguns bons debates abordando se a inovação da inteligência artificial irá e/ou não acabar com os empregos, até a apresentação de uso da IA em estratégias ambientais para identificar em poucos anos todas as espécies animais desconhecidas.
NOVA MOBILIDADE URBANA
As questões de mobilidade e segurança no trânsito foram a ruptura de tudo o que conhecemos. De carros autônomos a algoritmos para bicicletas de aluguel, até transporte aéreo por aplicativo, teve de tudo um pouco durante o Web Summit. O que vale destacar é que até agora os testes com carros autônomos eram feitos com um condutor disponível para assumir o controle do carro quando necessário. Porém, no futuro será possível manter o carro em circulação sem absolutamente ninguém no lugar do motorista, com carros capazes de tomar decisões em relação ao caminho a seguir e/ou onde estacionar.
A interseção entre o big data e a inteligência artificial levou ao palco o Movidius, um produto de interface com a capacidade de aprender e de gerenciar algoritmos e que já é utilizada em drones na Austrália para a identificação de tubarões e salvamento em caso de afogamentos.
EDUCAÇÃO
Mmantsetsa Marope, diretora-geral da Unesco para a educação, falou em sua conferência sobre a relação da educação formal com as inovações tecnológicas e as novas profissões. Para ela, a educação é a chave para o sucesso e, mesmo tendo que se adaptar aos novos tempos, “não deve alterar a sua gênese, mas sim capacitar as pessoas com ferramentas úteis para que sejam motores de mudança capazes de interagir, de trabalhar em equipe e de se adaptar” e assim inovar e mudar o mundo.
POLÍTICAS PÚBLICAS E TECNOLOGIA
A tecnologia sob a ótica da política e a política sob a ótica da tecnologia. Na abertura do Web Summit, houve a participação de António Guterres, secretário-geral da ONU; no segundo dia, a presença de Brad Parscale, diretor digital da campanha presidencial de Donald Trump, e também de François Hollande, ex-presidente da França; e no encerramento o palco foi tomado pela força de Al Gore, Nobel da Paz e ex-vice-presidente dos EUA, que encerrou o Web Summit com um discurso entusiasmado convocando a indústria tecnológica para a causa da mudança climática:“Venho aqui recrutá-los para serem parte da solução da crise ambiental e ecológica. Porque nós podemos resolver este problema, temos que resolver e vamos resolver”.
Enfim, uma tarefa tão difícil quanto conseguir ir a todas as palestras, eventos, ver e ouvir todos os empreendedores e suas ideias/startups é tentar resumir o que aconteceu no Web Summit 2017. Realidade virtual e aumentada, inteligência artificial, machinelearning, automação, robótica. Tudo é real, está acontecendo e o desenvolvimento dessas tecnologias está bem avançado. Mas o mais legal é que praticamente todas as discussões passam por como elas impactam o nosso dia a dia. Não é a tecnologia pela tecnologia, é a tecnologia a serviço das pessoas e da sociedade.
Ao final,o futuro é agora e está mais perto do que imaginávamos. Todos os avanços tecnológicos com que sonhávamos há 20 anos estão a alguns cliques de distância.
*Artigo escrito por Patricia Piana Presas, planner na Ponto design agência de design e comunicação, e professora da graduação e pós-graduação da FAE Centro Universitário, instituição associada ao Sindicato das Escolas Particulares do Paraná (Sinepe/PR). O Sinepe é parceiro do Instituto GRPCOM.
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