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Do Passeio Público gourmet ao B’rimos

Guilherme Caldas

Desconfiei dos cachorros-quentes gourmet mas, confesso, me empolguei com a Regata de Pedalinhos. Ao chegar no Passeio Público, porém, verifiquei que as filas imensas eram as mesmas velhas conhecidas de outros eventos gastronômicos gourmet.

Até tenho meus momentos masoquistas, mas quem comunga na crença BG não passa aperto. Desviei o caminho rumo ao B’rimos, mistura de lanchonete árabe com açougue islâmico que fica na Presidente Faria, esquina com a rua São Francisco – foco recente de revitalizações gourmet apadrinhadas (ao menos em parte) por empreiteiras.

O que faz do B’rimos um açougue islâmico (Halal) é, entre outras coisas, o fato de que o abate dos animais é feito segundo os preceitos muçulmanos. Lá não se vê, em hipótese nenhuma, carne suína (apenas ovina e bovina) e os cortes são, em geral, entregues mais limpos de gordura do que em açougues comuns. Quem cuida de abastecer o açougue é o Ali, proprietário do lugar e tio do Aleh Hussein, chegado do Líbano há apenas 1 ano, que é quem pilota os shawarmas da lanchonete que funciona no mesmo local.

O preferido deste que escreve estas mal batucadas é o de frango. Curitiba vai bem de shawarma, obrigado, mas o de frango que servem no B’rimos é diferente, vem mais molhadinho do que em outros lugares e o tempero é excelente. E, se preço é critério, o B’rimos também é gourmet, já que o shawarma sai por R$ 6,00. Mesmo preço dos cachorros-quentes da Vinada Cultural só que sem fila. E se tiver acabado o shawarma (sábado, costuma acabar mais cedo), mande vir umas esfihas, que não são imensas mas custam R$ 1,00 e dão conta do recado lindamente.

Uma coisa curiosa é que o pessoal da comunidade árabe em Curitiba (sírios e libaneses em sua maioria) não se trata por “primo” (daí o “B’rimos” no nome) nem por “parente”, mas por “patrício”. O que, aliás, me lembra um dos restaurantes árabes mais sensacionais aqui desta comarca, mas divago…

Guilherme Caldas
No Passeio Público gourmet, até mesmo o sorvete americano (que antigamente era “italiano”) tinha fila.

Voltando ao Passeio gourmet. Foi bacana ver aquele monte de gente que estava sentada nos gramados ou circulando pelo parque mais antigo de Curitiba ao invés de ir se acotovelar num shopping center. Causa estranheza e preocupação ver que construtoras estão, novamente, entre os apoiadores de um evento de ocupação da cidade – ao menos por parte da classe alta já que, como lembrou meu colega de blog Rafael Martins, o povão nunca esqueceu o Passeio Público.

Tomara que este movimento de (re)tomada da cidade não seja também um movimento de higienização, em que a elite dá um jeito de mandar para bem longe a “escumalha” (como gosta de lembrar, ironicamente, Jânio de Freitas. Ou é o Elio Gaspari? Nunca lembro).

Se você não foi ao Passeio Público no sábado passado, vá neste com ou sem Vinada Cultural. Eu fui e me diverti. E nem a fila para comer, de porporções gourmet, me abalou. Porque eu sabia que o B’rimos estava ali, a dois quarteirões de distância, para salvar a pátria.

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Serviço
B’rimos

Av. Presidente Faria, 259 – Centro (verifique a localização no Mapa da Baixa Gastronomia)

(41) 3045-3496

Das 9:00 às 20:00

Aceita cartão

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