A hora é agora (FOTO: Joanita Lemos)| Foto:
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Por Elaine Minhoca de Lemos

Tenho uma quase nítida certeza de que de a infância da gente é tal e qual a uma foto polaróide: você estava lá quando foi tirada, ajudou a assoprar enquanto esperava pra ver como ficou e, mesmo assim, a imagem nunca era fiel à cena e, pra piorar, inexoravelmente ia sumindo, desaparecendo, esmaecendo.

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Pois bem, com o olfato, Deus que ajude, é diferente, fica, gruda, nunca sai da lembrança. E se, para Proust foram as Madeleines, para Anton Ego foi a ratattouile, para mim são as sardinhas!

A minha polaróide olfativa de criança é facinha de descrever: meu pai, o médico pneumologista gauchão Dr.Pacheco, herói dos asmáticos sem recursos financeiros, amava, e muito, nesta ordem: a minha mãe, Dona Joanita; o seu chamado vocacional (ser o médico gente boa pra quem não tinha dinheiro para pagar tratamento); seus filhos (eba, entrei de lanterna na listinha); Dodges; Fórmula 1 e SARDINHAS FRITAS (feitas, é claro, pela Dona Joanita). Hoje entendo a cara de, digamos, tédio culinário da minha mãe enquanto ela, SOZINHA, fritava trocentos quilos de sardinha que meu pai, feliz da vida, comia, enquanto assistia a bendita Fórmula 1 – e ai de quem falasse mal do Carlos Reutmann, Piquet ou Nikki Laudda).

Sardinha frita dá um trabalho dos infernos pra fazer, e, como todo bom fruto do mar, é sazonal. Então quando tem, é  festa na sardinholândia!

Dias atrás, na feira noturna em frente à minha casa, eu e a minha irmã, com o nosso bip sonar radar infantil ligadíssimo, detectamos sardinhas frescas na peixaria móvel. Nunca achei que ia ficar tão feliz ao ver minha mãe com aquela cara de saco cheio na frente de um panelão cheio de óleo novamente.

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Mas desta vez prestei muita atenção. Para poupar a genitora desse castigo, aprendi a fazer. Segue a receita, amiguinhos!

2 kg de sardinha fresca (peça para o peixeiro abrir, tirar a barrigada e a espinha);
5 cebolas grandes (3 você vai picar bem fininho, e 2 você vai cortar em rodelas e aferventar para salada);
4 dentes de alho moídos (chefs de verdade nem tem esmagador em casa, eu tenho);
6 limões taiti (3 para fazer a marinada e 3 para cortar e servir com as ditas);
Farinha de mandioca (quanto mais de Morretes for, melhor a sardinha ficará!);
Sal e pimenta (sem medo de ser feliz, taque a mão!);
1 litro de óleo de canola ou similar.

Deixe as sardinhas pelo menos uma hora na marinada de cebola, alho, limão, sal e pimenta. Passe na farinha dos dois lados, com cebola, alho e tudo, jogue no óleo fervente. Em seguida, abra uma cerveja ou um vinho verde e ligue a TV na corrida!

Serve mais ou menos 5 ogros.

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Serviço

L.G.Pescados

3ª feira – 7:00 às 11:00 – Jd. Botânico: Rua Cel. João da Silva Sampaio (próximo ao Colégio Hildebrando) e das 17:00 às 21:00 – feira noturna no Juvevê, no calçadão da Anita Garibaldi;

4ª feira – 7:00 às 11:00 – Alto da Glória: Rua Ivo Leão, atrás do Cemitério Luterano;

5ª feira – 7:00 às 11:00 – Bairro Alto: Rua Adílio Ramos (entre a rua José Lins do Rego e rua José Veríssimo);

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6ª feira – 7:00 às 11:00 – Jd. das Américas: Praça Maestro Bento Mossurunga;

Sábado – 7:00 às 12:00 – Portão: Rua Pedro Hansau (entre a rua Carlos Blanc e rua João Bettega);

Domingo – 7:00 às 12:00 – Vista Alegre: Rua Artur Leinig (próximo ao Farol do Saber).

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