Nestes tempos em que jogadores de futebol fazem anúncios de xampu e desodorante, e em que estádios têm praças de alimentação, lugar marcado e ingresso a preço de restaurante francês, nada mais legal que a brava Suburbana, o campeonato de futebol amador de Curitiba.
Sim, amigos – a Suburbana está para o chatíssimo futebol moderno tal qual a baixa gastronomia para um mundo infestado de coxinhas, pães com manteiga e pratos-feitos gourmet. É um sopro de simplicidade num universo cada vez mais chato, pretensioso e caro.
Pois, em tempos recentes, ninguém mergulhou tão a fundo na Suburbana quanto os pesquisadores Allan de Paula Oliveira, Hélder Cyrelli de Souza e João Castelo Branco Machado. O trio lança, nesta sexta-feira (10), em Curitiba, o livro O futebol da contracapa. E nós, por aqui, não só recomendamos o livro como convidamos a todos para o lançamento (veja serviço abaixo).
Segundo o trio de autores, a pesquisa os levou “a ‘Curitibas’ inusitadas, feitas de clubes centenários e novos, estádios antigos e recentes, intensas redes comunitárias e, o mais importante, por pessoas que usam o futebol amador como meio de ocupação do espaço público sob os mais diferentes códigos (etnia, geração, compadrio, rivalidade, lazer, trabalho”.
“Pois quem, com estes olhos, assiste a um jogo da Suburbana percebe de imediato que ali o espetáculo é de outra ordem, dada pela proximidade dos jogadores, da informalidade da torcida – pessoas que se encontram quase todo o sábado para comer o pão com bife dos estádios e assistir a uma partida de futebol – da dimensão dos estádios e da massa humana que ali se encontra – 100 pessoas em um estádio que comporta 300, sendo que a maioria assiste de pé, encostada no alambrado.”
Depois dessa amostra grátis, já deu pra ver que é imperdível. Nos vemos lá!
Serviço
O futebol da contracapa (Editora Máquina de Escrever), escrito e ilustrado por Allan de Paula Oliveira, Hélder Cyrelli de Souza e João Castelo Branco Machado
Lançamento: sexta-feira, 10 de maio, às 19h
Onde: Aldeia do Beto (Rua Professor Brandão, 678, Alto da XV)