A equipe de analistas do Itaú divulgou nesta sexta-feira (11) seu relatório de revisão de cenário para o Brasil com uma mudança bem forte na previsão para o crescimento da economia brasileira neste ano. O banco esperava uma expansão de 3% e agora prevê 2%. Essa é uma revisão que deve ser acompanhada nos próximos meses por outros analistas, já que os números da economia real no começo do ano vieram mais fracos do que o esperado.
A economia está dando sinais de cansaço em sua incipiente recuperação da enorme recessão de 2014-2016 por causa de uma combinação de fatores internos e externos. A percepção é de que a confiança na retomada está caindo conforme conhecemos melhor os custos da falta do avanço das reformas, em um cenário eleitoral indefinido, além da falta de novos fatores de estímulo, como a supersafra e a liberação do FGTS de 2017. No front externo, o fortalecimento do dólar e a alta do petróleo aumentam a desconfiança de que o período de dinheiro barato e crescimento mais acelerado está chegando ao fim.
LEIA TAMBÉM: Hexa e urnas: como a Copa pode influenciar o humor dos eleitores
O Itaú também reduziu a expectativa de crescimento para 2019, de 3,7% para 2,8%, o que significa dizer que o movimento de arrefecimento da economia é amplo e afetará o desempenho no ano que vem. “Olhando à frente, a combinação de política monetária, balanços das empresas, conjuntura externa e incerteza quanto à evolução das reformas sugere pouco espaço para aceleração do crescimento”, dizem os economistas do banco.
Em resumo, os economistas do banco perceberam que 0 desempenho no primeiro trimestre foi pior do que o esperado e olharam os fatores que influenciam o crescimento futuro sem encontrar nada que aponte para uma tendência muito diferente. Os indicadores de confiança recuaram em abril, não há estímulo novo para a demanda doméstica, o lucro das empresas está vindo pior do que o esperado e a política monetária depende de outros fatores para continuar estimulando a expansão.
Os analistas lembram que a recente alta do dólar contribui para que a política monetária não seja tão relaxada no futuro. Isso reforça o efeito da falta de reformas que mudem a trajetória fiscal, o que também pressiona as taxas de juros de longo prazo – o Itaú revisou para pior seu cenário fiscal para 2018 e 2019.
Era natural que em algum momento a combinação de falta de reformas e cenário eleitoral complicado, somada agora a uma economia global menos tranquila, se traduzisse em uma perspectiva menor de crescimento, por isso a revisão do Itaú não é em si uma surpresa. Chama a atenção, no entanto, a magnitude da mudança de percepção (o crescimento foi cortado em um terço, de uma vez).
O Brasil está perdendo várias chances de crescer mais. A falta de ajuste fiscal, a lentidão no andamento de concessões e o desemprego insistentemente alto fazem com que a confiança não cresça o suficiente para que haja mais consumo e investimento. Como o Congresso praticamente congelou o andamento da pauta nas últimas semanas, temos poucas chances de ver algo importante ser aprovado – há várias MPs e projetos de lei de interesse da equipe econômica que não devem andar neste ano.
Na próxima semana, o Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) vai se reunir para decidir a taxa de juros e a expectativa é de que ela caia mais 0,25 ponto, para 6,25% ao ano. E mesmo com esse estímulo inédito na história não temos visto a atividade reagir. Um sinal disso é que a inflação neste ano está insistentemente abaixo do esperado pelo mercado. Seria ótimo se o BC tivesse como aumentar ainda mais esse estímulo pelo tempo necessário para que a economia voltasse a crescer bem e ocupasse toda a capacidade ociosa criada pela crise. Mas não é o que deve acontecer. Com a nova pressão externa sobre o câmbio e o petróleo, a janela de oportunidade da inflação baixa será menor. E sem reformas, as contas públicas não vão ajudar o BC na tarefa de manter os juros baixos por mais tempo.
A economia piorou um pouco, o que significa muito em um país que tem uma taxa de desemprego de dois dígitos há quase três anos.
STF inicia julgamento que pode ser golpe final contra liberdade de expressão nas redes
Plano pós-golpe previa Bolsonaro, Heleno e Braga Netto no comando, aponta PF
O Marco Civil da Internet e o ativismo judicial do STF contra a liberdade de expressão
Putin repete estratégia de Stalin para enviar tropas norte-coreanas “disfarçadas” para a guerra da Ucrânia
Triângulo Mineiro investe na prospecção de talentos para impulsionar polo de inovação
Investimentos no Vale do Lítio estimulam economia da região mais pobre de Minas Gerais
Conheça o município paranaense que impulsiona a produção de mel no Brasil
Decisões de Toffoli sobre Odebrecht duram meses sem previsão de julgamento no STF