A economia dos Estados Unidos vai entrar em recessão. Um dia, pelo menos. Faz alguns anos que os analistas mais pessimistas levantam a questão sobre quando isso vai acontecer. E uma hora eles vão acertar, porque até onde se sabe os ciclos econômicos continuam existindo, colocando um fim no mais longo ciclo de expansão dos EUA. Nesta quarta-feira (14), parece que os mercados chegaram a um consenso mais forte sobre a próxima recessão americana chegar no início de 2020. Entenda melhor esse movimento na thread a seguir:
Pânico nos mercados
O assunto do dia na quarta nos Estados Unidos foi a curva dos juros. Ela se inverteu, o que significa que o mercado está praticando juros maiores no curto prazo do que em prazos mais longos. A inversão da curva está associada a recessões. Isso fez os mercados despencarem nesta quarta. Mas há outros fatores que indicam um movimento global de desaceleração.
A guerra comercial entre EUA e China aberta pelo presidente americano Donald Trump está cada vez pior - se alastrou por tarifas sobre milhares de produtos e disputas tecnológicas. Os pessimistas acham que isso ficará pior, com efeitos duros sobre a economia chinesa - na quarta, foi divulgado o dado do crescimento da produção industrial na China, o pior em 17 anos (4,8% nos últimos 12 meses).
A economia mais forte da Zona do Euro também sentiu o baque do esfriamento na economia internacional. O PIB da Alemanha recuou 0,1% no último trimestre, segundo dados divulgados nesta quarta, por causa das exportações menores. Uma das economias mais resilientes do mundo está à beira da recessão.
A crise na Argentina piora a percepção sobre a saúde dos países emergentes e dificulta a vida para o Brasil, já que são economias bastante ligadas. E a reação do presidente argentino Mauricio Macri também não ajudou: ele buscou a via populista de controle de preços e concessão de benefícios. É mais um ingrediente negativo no radar de investidores.
As ações negociadas na Bolsa de Nova York caíram 3% nesta quarta. O preço do petróleo caiu 3,3%, antecipando uma desaceleração econômica forte. No Brasil, o dólar subiu 1,86%, chegando a R$ 4,04, e a bolsa caiu 3%.
É muito provável que a economia americana realmente entre em recessão nos próximos meses, mas nada que se compare à crise de 2008/2009. Veremos uma nova onda de bancos centrais em países ricos levando suas taxas de juros para perto de zero e injetando dinheiro na economia com a compra de títulos no mercado. Para o Brasil, é um cenário que dificulta uma retomada mais forte já a partir de 2020, mesmo com o andamento das reformas.
Eleição sem Lula ou Bolsonaro deve fortalecer partidos do Centão em 2026
Saiba quais são as cinco crises internacionais que Lula pode causar na presidência do Brics
Elon Musk está criando uma cidade própria para abrigar seus funcionários no Texas
CEO da moda acusado de tráfico sexual expõe a decadência da elite americana
Triângulo Mineiro investe na prospecção de talentos para impulsionar polo de inovação
Investimentos no Vale do Lítio estimulam economia da região mais pobre de Minas Gerais
Conheça o município paranaense que impulsiona a produção de mel no Brasil
Decisões de Toffoli sobre Odebrecht duram meses sem previsão de julgamento no STF